O Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Espírito Santo de Évora realizou recentemente um rastreio a crianças para deteção de patologia das cordas vocais, para assinalar o Dia Mundial da Voz, comemorado a 16 de Abril. Após a divulgação do rastreio junto da população, inscreveram-se 12 crianças e a maioria apresentava queixas de rouquidão prolongada há algum tempo.
De acordo com a informação avanaçada pelo HESE na sua página oficial, a equipa do Serviço recebeu crianças entre os 4 e 16 anos durante a manhã do dia 14 de abril e irá concluir o rastreio dia 2 de maio, para dar resposta a todas as crianças inscritas com critérios para a realização do rastreio.
“Alguns achavam ser normal ter a voz rouca, especialmente ao final do dia, nos dias de escola. A maioria apresentava estes sintomas pelo esforço da voz, e não por patologia nas cordas vocais. As crianças, por vezes, gritam muito umas pelas outras, em contexto de brincadeira ou até no desporto que praticam, e acabam por esforçar mais a voz”, refere Dulce Nunes, médica Otorrinolaringologista e Diretora do Serviço. “Estes casos carecem de uma intervenção da área da terapia da fala e de uma consciencialização para compreenderem o que podem fazer para evitar ficar roucos.”
Rita Bom, Terapeuta da Fala, realça, a propósito dos resultados do Rastreio que “uma das situações que desenvolve mais problemas de cordas vocais é o gritar constantemente, falar alto e falar muito ao longo do dia. Gritar e falar alto são formas de comunicar comuns na infância, que correspondem a “abusos vocais”. O papel da terapia da fala é consciencializar a criança de quais os comportamentos salutares e prejudiciais para as pregas vocais e intervir para utilizar a voz de forma a adequada. “Trabalhamos não só com as crianças, mas também com os pais.”
A iniciativa teve uma aceitação muito positiva, tanto pelos pais como pelas próprias crianças, com encaminhamento direto para avaliação por Terapia da Fala e Consulta de Patologia Vocal.