O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora, Inácio Esperança, considera, depois de questionado pela Rádio Campanário, que se deveria avaliar a concentração dos meios aéreos do Estado para o combate aos fogos, expressando que “é uma questão de ver os custos e a eficiência”, embora defenda que existe, por parte dos bombeiros portugueses, um dispositivo “bem montado e que tem funcionado bem”.
Em declarações a esta Estação Emissora, Inácio Esperança começa por referir que neste momento estão bombeiros do distrito de Évora “em três incêndios e da corporação de Vila Viçosa, temos pessoas no incêndio de Arouca e da Madeira”.
O dirigente federativo diz que existem elementos de quase todas as corporações do distrito “no Norte, e uma equipa de cinco pessoas na Madeira, quase todas as corporações têm pessoas” a combater as chamas noutros locais do país.
Questionado sobre os meios de que dispõem as corporações alentejanas, serem ou não suficientes e adequados, Inácio Esperança salienta que “os meios são sempre insuficientes, nós não temos EPI (Equipamentos de Proteção Individual) para todos os bombeiros, alguns vão ter que trocar, principalmente EPI urbanos (…) porque há casas a arder e há intervenções, mas temos que viver com aquilo que possuímos e tentar dar a melhor resposta possível, mas numa catástrofe como esta, nunca há meios suficientes para as ocorrências que temos no dia a dia, nestas alturas é sempre muito complicado”.
Instado sobre a Força Aérea Portuguesa ter deixado de centralizar através dos meios aéreos o combate aos fogos, Inácio Esperança refere que é uma situação que tem a ver “com a estratégia que é seguida pelo Governo (…) acho que há que fazer contas e ver o que é que fica mais barato ao Estado, enquanto cidadão acho que a resposta tem que ser eficiente, seja de privados ou da Força Aérea e o Estado tem que ver como é que tem mais prontidão e poupa mais dinheiro, mas todos sabemos que quando é o Estado a fazer as coisas por si só, como são feitas e quanto custam, mas é um estudo que teria que ser feito”.
Inácio Esperança sublinha que “em termos de bombeiros, tudo aquilo que o Estado tem feito tem custado muito mais dinheiro e não tem trazido uma eficiência muito maior”, lembrando, “os Canarinhos, os GIP(Grupos de Intervenção Permanente), que efetivamente são bombeiros e são necessários e altamente especializados, mas não trazem mais eficiência”, acrescentando, “nós temos 700 GNR para combater fogos no país (…) não sei o que é que fica mais barato e o que é que é mais eficiente (…) mas penso que temos um dispositivo bem montado, obviamente não para esta catástrofe, não há ninguém preparado para uma coisa destas, mas de qualquer forma temos um dispositivo para 200 ou 300 ocorrências diárias e penso que é muito bom e que tem funcionado, e os meios aéreos também estão a funcionar, agora é uma questão de ver os custos e ver se, com a Força Aérea, a eficiência poderia melhorar”.