O mês de julho de 2024 foi marcado por um aumento significativo no número de incêndios rurais em Portugal, atingindo o valor mais elevado deste ano, com 1.082 ocorrências. Este número representa quase o dobro dos 596 incêndios registados em junho, de acordo com os dados provisórios do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). A subida de cerca de 81% em relação ao mês anterior faz com que julho represente 38% do total de 2.820 incêndios rurais ocorridos entre janeiro e julho deste ano.
Apesar deste aumento, o número de incêndios em julho de 2024 está muito abaixo da média dos últimos 10 anos para o mesmo mês, que era de 2.193 ocorrências. No que toca à área ardida, julho também registou os valores mais elevados do ano, com 1.538 hectares afetados, superando os 949 hectares queimados em junho e correspondendo a 35% do total de 4.425 hectares ardidos em 2024.
A maior parte da área ardida em julho correspondeu a povoamentos florestais, com 732 hectares destruídos, seguidos por 475 hectares de matos e 331 hectares de zonas agrícolas. Em comparação com a média da última década para o mês de julho, que era de 18.754 hectares, os valores de 2024 são significativamente mais baixos.
As estatísticas do ICNF indicam que o incendiarismo foi a causa isolada mais frequente dos incêndios entre janeiro e julho, responsável por 24% das 1.975 ocorrências investigadas. Quando se agregam os diferentes tipos de queimadas e usos do fogo, este valor sobe para 42% das causas de incêndios. Incêndios de origem acidental e outras causas não especificadas também contribuíram para os números totais, juntamente com reacendimentos e fogos causados por razões naturais, como a queda de raios.
Em termos regionais, os distritos do Porto (429), Viana do Castelo (265) e Braga (239) registaram o maior número de incêndios rurais em 2024. No entanto, no que diz respeito à área ardida, Viana do Castelo lidera com 712 hectares destruídos, seguido de Beja com 697 hectares e Braga com 449 hectares.