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Investigador de Évora alerta para o perigo do caranguejo-peludo-chinês. Conheça a espécie aqui

wilder.pt

No âmbito de uma série sobre espécies aquáticas invasoras, Pedro Anastácio, investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade de Évora, ligado ao projecto LIFE Invasaqua, dá-nos a conhecer i caranguejo vilão de pinças peludas, denominado caranguejo-peludo-chinês.

O caranguejo-peludo-chinês é um caranguejo fortemente invasor e relativamente grande, com uma carapaça até 10 centímetros. Os indivíduos desta espécie, principalmente os machos, têm pinças muito “peludas” e que parecem luvas.

Segundo refere o investigador,num artigo publicado no wilder.pt, em território nacional este é o único caranguejo que pode ser encontrado em água doce, reproduzindo-se na zona mais salina dos estuários, mas os juvenis migram para a água doce, onde passam a sua vida até voltarem aos estuários para se reproduzirem.

Em Portugal, o caranguejo-peludo-chinês só está estabelecido na bacia do rio Tejo e a sua presença está limitada a jusante de grandes barragens intransponíveis – como acontece na barragem de Belver, distrito de Santarém.

Este caranguejo afecta a estabilidade de margens e taludes através da sua actividade escavadora. A nível nacional, foram referidos danos em redes de pesca e consumo de peixe ou de isco em redes e armadilhas. Pelo seu tamanho, esta espécie é também dominante em interações com outras espécies de água doce, nomeadamente de crustáceos.

Este caranguejo consegue ultrapassar barreiras (pequenos diques e barragens) e ao ultrapassar estas barreiras em grandes números pode tornar-se um problema local, frequentemente trepando e caminhando fora de água.

Esta espécie é nativa do Leste da Ásia – desde a península da Coreia até à zona de Macau, aproximadamente – e tem actualmente uma ampla distribuição invasora em todo o mundo, especialmente na Europa, América do Norte e Ásia Ocidental.

Este caranguejo foi notado pela primeira vez em Portugal no rio Tejo, por pescadores locais no final da década de 1980. Por isso, pode presumir-se que o tempo de residência no Tejo seja de cerca de 40 anos.

O que deve fazer se encontrar um caranguejo-peludo-chinês? Não o devolva à água nem o liberte noutro local. Se quiser, pode registar a ocorrência através da aplicação Invasive Alien Species in Europe, que tem uma versão portuguesa e conta com a colaboração do Projeto LIFE Invasaqua. É particularmente importante avisar diretamente as autoridades competentes se a espécie for encontrada fora da Bacia do Tejo.

Pode ler o artigo completo aqui

 

 

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