O “Sabor Sur”, iniciado em 2016, é um projeto transfronteiriço, cofinanciado em 1.210.319 euros, pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (Interreg – POCTEP), que envolve “a região de Andaluzia, Alentejo, Trás-os-Montes e Algarve” onde “a Universidade de Évora está em representação da região do Alentejo”, explicou à Campanário a investigadora e coordenadora do mesmo, Elsa Lamy. Com o objetivo de “fornecer um conjunto de conhecimentos aos empresários do sector agroalimentar que lhes permita inovar com produtos da região”, este projeto vai ter uma apresentação acompanhada de um “show cooking”, com chefs de La Palma del Condado, no próximo dia 15 de outubro, na Universidade de Évora, no âmbito da Conferência Internacional sobre Dieta e Gastronomia Mediterrânicas.
Os investigadores do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora envolvidos no projeto, debruçam-se “principalmente em duas atividades”, como a “produção de recursos que vão ser disponibilizados numa plataforma do próprio projeto à qual os empresários podem aderir e podem consultar os cursos”. Ou noutra atividade “que pretende recrutar muitos dos empresários, para terem os seus produtos disponíveis nessa plataforma e poderem até fazer vendas on-line”.
Atualmente, os investigadores pretendem também avaliar a perceção que temos da gastronomia alentejana com o intuito de conhecer a tradição da cozinha alentejana e de que forma os pratos que fazem parte do nosso imaginário são efetivamente tradicionais no Alentejo.
Isto porque “sentimos também a necessidade de ter algumas respostas”, nomeadamente “à cerca de como é que a perceção podia influenciar as escolhas”. Pois, apesar de se ter a ideia de que “a gastronomia alentejana muitas vezes é vista como uma comida mais pesada, mais gordurosa e menos saudável, mas na verdade não havia nenhum estudo que mostrasse se isso era mesmo assim”, revela Elsa Lamy.
A investigadora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas explicou ainda que em muitos pratos, pela discricionariedade dos modos de confecionar e das porções utilizadas em algumas receitas, “se nós voltarmos às origens se calhar passa a ser bastante saudável”. Pois, “era importante podermos voltar à nossa gastronomia típica, mas qualificando-a em termos nutricionais”.