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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

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Investigadores europeus, africanos e americanos estão em Reguengos de Monsaraz para comparar recintos pré-históricos, colocando “em evidência a riqueza arqueológica do concelho”, diz Joaquina Margalha (c/som)

Com 150 monumentos megalíticos identificados no concelho de Reguengos de Monsaraz, está a decorrer um colóquio, no Auditório Municipal da cidade, organizado pelo Núcleo de Investigação Arqueológica da Era Arqueologia, Município de Reguengos de Monsaraz, INARP – Programa Global de Investigação Arqueológica dos Perdigões e ICArEHB – Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano da Universidade do Algarve, com o objetivo de confrontar a diversidade deste fenómeno europeu entre o Neolítico e a Idade do Bronze com outros processos pré-históricos e históricos da construção de recintos e de espaço encerrados desenvolvidos em diferentes regiões e noutros continentes, e discutir as implicações e os papéis sociais dessas arquiteturas e estratégias. 

Trata-se de uma iniciativa de Arqueologia Comparada, que pela primeira vez se realiza em Portugal, onde se pretende comparar os recintos pré-históricos europeus, como o dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, com outros semelhantes que se desenvolveram nos continentes americano, africano e no extremo oriental da Europa, próximo da Ásia.

Em declarações à Rádio Campanário, a vereadora do município reguenguense, Joaquina Margalha, explicou que “é uma iniciativa de arqueologia comparada em que vários especialistas, de vários pontos do globo, estão em Reguengos de Monsaraz para apresentarem conclusões e comparar resultados das investigações que estão a fazer no âmbito dos seus trabalhos em recintos pré-históricos europeus, americanos e alguns do extremo oriental da Europa, muito próximo da Asia”.

O objetivo, segundo a autarca, “é fazer um estudo comparado das investigações que estão a ser feitas e tentar perceber como é que se faziam as organizações sociais nas comunidades que existiam nesta época”.

Joaquina Margalha realça que o concelho de Reguengos de Monsaraz tem “um sitio arqueológico, os Perdigões, que é um local de referencia e de importância a nível mundial pelas características que tem, onde existem vestígios do Neolítico de há cerca de 5 500 anos atrás e que terá tido uma ocupação que se prolongou durante toda a Idade do Cobre, e que chegou até ao inicio da Idade do Bronze, e estes especialistas que aqui estão, apresentam as suas comunicações e o objetivo é fazer uma comparação entre as conclusões a que cada um deles chegou nas suas investigações”.

Instada sobre o que o concelho beneficiará com este estudo, Joaquina Margalha diz que tem que ver com o facto de “colocar em evidência a riqueza arqueológica que temos no nosso concelho, não esquecendo os 150 monumentos megalíticos estudados, para alem do sitio dos Perdigões, e dar relevo ao que este património arqueológico tem, e colocando ao mesmo nível de outras investigações também muito importantes que estão a ser feitas noutras partes do globo”.

O povoado dos Perdigões situa-se a cerca de um quilómetro da cidade de Reguengos de Monsaraz e é um grande complexo de recintos genericamente circulares e concêntricos, definidos por grandes fossos escavados no subsolo, ocupando uma área superior a 16 hectares. Iniciado no final do Neolítico, há cerca de 5.500 anos, prolongou-se durante toda a Idade do Cobre e chegou ao início da Idade do Bronze, há 4.000 anos, altura em que ocorreram profundas mudanças sociais e cosmológicas que levaram ao seu abandono. O local terá assumido desde o início um importante papel na gestão das identidades locais, tornando-se num sítio de encontro para práticas ritualizadas.

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