A Infraestruturas de Portugal (IP) está a desenvolver contactos para encontrar “clientes âncora” que possam “robustecer a viabilidade económico-financeira” dos terminais de mercadorias que possam vir a ser construídos na futura linha ferroviária Sines/Caia, revelou o Governo.
A informação consta na resposta que o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, deu a questões colocadas ao Governo, no final de julho passado, pelo grupo parlamentar do PSD, a que agência Lusa teve hoje acesso.
Os sete deputados do PSD que subscreveram a pergunta queriam saber se a linha ferroviária ia ter um terminal de mercadorias no distrito de Évora e se o Governo podia garantir que as medidas de minimização dos impactes ambientais estavam a ser cumpridas.
Na resposta, o governante indicou que “estão a ser desenvolvidos contactos entre a IP, autarquias e clientes âncora” para “robustecer a viabilidade económico-financeira” dos terminais que possam ser construídos em Évora e Vendas Novas.
O ministro lembrou que foram desenvolvidos estudos de mercado, de viabilidade técnica e ambiental e análise custo-benefício para avaliar a viabilidade de instalação de terminais de mercadorias nas zonas de Alandroal, Évora e Vendas Novas.
Segundo o titular da pasta das Infraestruturas, nenhum dos três terminais analisados pelos estudos apresenta viabilidade financeira e apenas um deles, o de Alandroal, tem viabilidade económica.
A viabilidade da operação de um terminal de mercadorias “tem subjacente a existência de escala, frequência e regularidade”, pelo que “é fundamental garantir a existência de um cliente âncora ou agregador logístico” que assegure essas condições, sustentou.
Quanto aos impactes ambientais, Pedro Nuno Santos salientou que a IP “está sujeita ao cumprimento integral da legislação da área do ambiente onde se incluem todas as medidas inscritas na Declaração de Impacte Ambiental e na Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução” da nova ferrovia.
“Por forma a assegurar o cumprimento destas medidas, a IP apresenta, junto da Agência Portuguesa do Ambiente, com periodicidade semestral, um relatório de conformidade das medidas da Declaração de Impacte Ambiental/Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução durante a fase de construção, dando fé da observância integral das mesmas”, vincou.
Por outro lado, acrescentou, “o acompanhamento ambiental na fase de obra é assegurado por equipas dedicadas que garantem que todas as medidas inscritas na Declaração de Impacte Ambiental são tidas em consideração nesta fase”.
Estão em fase de obra os quatro troços que vão integrar o Corredor Internacional Sul, entre Sines e a fronteira do Caia, em Elvas (Portalegre), no âmbito do Programa de Investimentos na Expansão e Modernização da Rede Ferroviária Nacional “Ferrovia 2020”.
O projeto pretende reduzir o tempo de trajeto, em consequência da utilização de comboios de tração elétrica entre Sines e Caia, e “aumentar a eficiência e atratividade” do transporte ferroviário de mercadorias, ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento.
Foto: Tribuna Alentejo