O presidente da Câmara Municipal do Alandroal, João Grilo, considera a eleição de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo e Vila Viçosa para “Cidade do Vinho 2025” como um “bom exemplo” de parceria proveitosa entre os cindo municípios. E propõe uma promoção conjunta no sector dos mármores.
“O exemplo que já temos no turismo, com a candidatura conjunta à valorização turística da Serra d’o’Ossa — em parceria com a Turismo do Alentejo —, agora na área dos vinhos… há muitos outros sectores onde podemos também trabalhar em conjunto. Acredito que a dinâmica dos mármores, que é transversal a todo este território, também merecia ter uma atenção particular em conjunto, uma vez que deixou de haver uma feira especifica dos mármores em qualquer um dos cinco municípios”, disse o autarca à Rádio Campanário no primeiro dia da FIAPE – Feira Internacional Agropecuária de Estremoz.
Para João Grilo, uma iniciativa conjunta seria vantajosa porque se trata de um “sector importantíssimo, estratégico, que precisa de se renovar, de se reinventar, de continuar a ser atractivo, de se ligar à arquitectura, de se ligar à dinâmica social”, pois estamos a falar de “um produto de excelência procurado em todo o Mundo”.
O desafio do presidente da Câmara do Alandroal passa não só por um processo conjunto de promoção dos mármores mas também nas áreas de “investigação, de centro tecnológico — que também perdemos. Se há um sector que acredito que poderia ser trabalhado em conjunto nos cinco municípios seria o dos mármores.
Cidade do Vinho 2025
Quanto à Cidade do Vinho 2025, uma parceria conjunta dos mesmos cinco municípios, João Grilo considera “um motivo de alegria” porque “representa o reconhecimento de um das actividades mais importantes da região. Representa um objectivo comum dos cinco municípios de ter projectos que promovam o território como um todo, além do que cada um faz individualmente”.
E frisa: “não é o primeiro projecto que temos em conjunto e não será seguramente o ultimo. E esta envolvente da Serra d’Ossa como identidade e como elemento unificador parece-me importante. É preciso trazer para o processo as dinâmicas dos cinco municípios e percebermos que estamos num território diversificado mas que pode ser apresentado País como um todo, onde incluímos Alqueva, a Serra, toda a dinâmica dos cinco municípios”.
Para o autarca a Cidade do Vinho 2025 representa “a projecção do País vitivinícola que está atento a esta actividade, o País enogastronómico que procura novas experiências — e somos seguramente o País do Mundo com mais diversidade de vinhos; não somos os maiores produtores, mas somos os que temos maior diversidade por todas as condições geográficas e ate geológicas”.
“É preciso mostrar os nossos vinhos interna e externamente. E atrás dos vinhos vem a dinâmica económica da restauração, do alojamento, da agricultura”, acrescenta realçando que “uma parte significativa dos visitantes que vem do Brasil e dos Estados Unidos, países que trazem turistas com grande capacidade económica, vem especificamente à procura do sector do vinho, das experiências ligadas ao sector dos vinhos”.
A candidatura agora ganha para Cidade do Vinho 2025 tem um calendário de eventos especifico sendo distribuído um por cada município. “Paralelamente os próprios eventos municipais também podem ganhar uma projecção ligada ao vinho. Posso falar, por exemplo, do Alandroal. Na sequência desta candidatura, o próximo Festival do Peixe do Rio terá uma componente de ligação ao mundo dos vinhos e à gastronomia do peixe do rio”, diz João Grilo.
Entrevista de Augusta Serrano; Texto de Carlos Caldeira