O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, dia 4 de Outubro, começou por analisar os resultados da CDU nas Eleições Autárquicas, onde reconhece que “o resultado não foi positivo”, mas afirma que “há uma distância grande” até ser considerado “derrotado”.
De acordo com o comentador da Rádio Campanário, a primeira questão para a CDU é “saber o que podemos fazer com a força que foi dada pelo povo”, sublinhando a importância de “definir a linha de trabalho” para cada município onde foram eleitos para cargos autárquicos.
“Saímos destas eleições com menos condições para levar adiante o projeto autárquico e as batalhas de questão nacional da CDU”, reconhece o deputado, que distancia o acordo governamental da aposta da CDU na política local afirmando ser “uma questão levantada pela direita para regressarem ao poder”.
João Oliveira acrescenta que “os fatores nacionais têm, obviamente, influência de fatores nacionais”, exemplificando com “o estrangulamento financeiro das autarquias nos quatro anos do Governo PSD/CDS”, sobre o qual, afirma que em autarquias da CDU “sai mais atingida” por não recorrerem à “privatização de serviços”.
Em casos como a autarquia de Vila Viçosa, em que perdeu a maioria absoluta, o deputado diz que “não quebra em nada a determinação”, e obriga “a procurar forma de ultrapassar essas dificuldades”.
O deputado não considera que a decisão de Pedro Passos Coelho em não se recandidatar à liderança dos sociais-democratas seja o reconhecimento do mau resultado, mas sim “uma ilação pessoal sem fazer todo o quadro de reflexão que necessariamente deveria fazer”, relembrando a “ação” do PSD enquanto governo, acrescentou.
Para o comentador da RC, “é uma perspetiva muito ligada ao próprio umbigo”, visto que, a decisão nasce do resultado eleitoral e “não do mal que fez aos portugueses”, atirou.
De acordo com o comentado, “se o PSD não reconhece a consequência da natureza das suas ações no Governo, não é a mudança de liderança que pode trazer esperança para que possam contribuir para a resolver algum problema do país”.
No que diz respeito à venda do Novo Banco à LoneStar, João Oliveira diz que “continuamos a não ter a clara circunstancia em que o problema está a ser resolvido”, reiterando que a opção de venda do banco a um fundo é a “opção errada”.
Segundo o deputado, a integração do Novo Banco no setor público “teria resolvido permitido ultrapassar muitas dessas dificuldades” e teria “reforçado o papel do Estado na política de crédito que é preciso para desenvolver a nossa economia”.