O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, 04 de julho, comentou as declarações de António Costa, no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, revelando que nas próximas eleições o PCP pretende integrar uma solução de governo, garantindo que o atual contexto que conduziu à solução parlamentar existente, dificilmente se repetirá.
Sobre as declarações de António Costa, que dizer querer “revalidar” o atual acordo parlamentar, ao mesmo tempo que avisa esquerda para não ceder “ao eleitoralismo”, João Oliveira refere que “esta solução política foi encontrada num contexto concreto, uma realidade específica, e a gente sabe que a história não se repete”. Por isso “eu diria que esta solução política foi o resultado daquele contexto, das eleições de 2015”, mas “é muito difícil fazer repetir a história para que tudo aconteça de novo da mesma forma”.
Ao mesmo tempo, considera que “é preciso, ainda até ao final desta legislatura, levar mais longe as medidas positivas, a reposição de direitos, a conquista de novos direitos” e “necessário que, para o futuro, se criem condições para uma política que verdadeiramente dê resposta aos problemas do país”.
Por outro lado, o deputado do PCP afirma que no seu partido “nós estamos preocupados em dar resposta aos problemas do país, dar resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo e não propriamente fixados nas eleições”. Ainda assim, “quanto mais força tiver o PCP, quanto mais força tiver a CDU, maior a sua capacidade de influência e melhores serão os resultados para os trabalhadores e para o povo português”.
Relembrando a reunião entre o PCP e o PS, a 07 de outubro de 2015, João Oliveira diz que a “disponibilidade do PCP para assumir todas as responsabilidades que o povo nos quiser conferir é uma disponibilidade que temos e continuará a existir, incluindo com as questões do governo”.
Mas, sublinha que “a solução politica que o PCP defende para o país não é a de um governo minoritário do PS, nem é a de um governo minoritário do PS onde o PCP tenha um papel a desempenhar para ser um penacho na lapela para enfeitar um governo minoritário do PS”.
O deputado comunista explica ainda que “a integração do PCP num governo, agora, ou em qualquer momento não se faz em função dos tachos que nos queiram dar, dos cargos, dos lugares de ministros ou secretários de estado”, mas sim de que “política é que esse governo vai fazer”.
Por isso, “é óbvio que quanto mais capacidade de decisão nós pudermos ter, melhor para os portugueses e melhor para quem trabalha”. Nesse sentido, “o reforça da nossa capacidade de influência é verdadeiramente a questão decisiva”, pelo que “se nós tivemos mais capacidade de influência e podermos influenciar as decisões que são tomadas, estando ou não no governo, isso é uma questão que depois já resulta em concreto da forma que tivermos”. Mas “obviamente que estando no governo podemos ter mais capacidade de influenciar essas decisões”. Motivo pelo qual “nós não excluímos essa possibilidade”.