O livro “E quando a chuva voltar”, de Leonor Nepomuceno, foi apresentado no passado domingo, dia 10 de setembro, no Alentejo Marmoris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, no âmbito das Festas dos Capuchos.
Leonor Nepomuceno, em declarações à Rádio Campanário presente no evento, falou desta que é a sua primeira obra.
Havendo comparações entre os poemas da autora e o trabalho da poetisa Florbela Espanca, modestamente, Leonor Nepomuceno declara que “os amigos e a minha editora acham mais isso do que eu”.
A obra apresentada, tem inspiração “nas minhas raízes”, afirma a escritora, nas recordações e lembranças da chuva na sua infância vivida no Alentejo, nomeadamente em Vila Viçosa e arredores.
Leonor Nepomuceno avança que uma nova edição do livro “E quando a chuva voltar”, está prevista para o “início do ano que vem”.
Paula (Lourenço) OZ, autora do prefácio do livro “E quando a chuva voltar”, e representante da Editora OZ, em declarações à Rádio Campanário, afirma que a “qualidade literária da autora” foi a razão na origem deste trabalho conjunto.
“A alma das palavras e o sentimento que tem no próprio poema”, afirma Paula OZ, fazem de Leonor Nepomuceno “uma Florbela Espanca mais moderna”, cuja poesia “transpira muita emoção, muito sentimento”.
A representante da editora avança ainda considerar muito interessente o facto de a autora se sentir “muito relacionada com a chuva”.
“E quando a chuva voltar” esgotou a primeira edição de 100 exemplares, tendo sido agora lançada uma segunda edição limitada, de 50 exemplares, “exclusivamente aqui para o Alentejo, para a Câmara Municipal de Vila Viçosa”, e encontrando-se ainda em preparação uma terceira edição, de 100 exemplares.
Após a apresentação do livro, decorreu a apresentação do CD de fado “Vivências”, de José Fialho.
Em declarações à Rádio Campanário, o fadista avançou a intenção de fazer uma apresentação do CD em Lisboa, na Casa do Alentejo.
A aceitação por parte do público tem sido “muito grande”, avançando o artista a intenção de fazer uma segunda edição dentro de pouco tempo.
Há “muita gente que diz que tenho um timbre de voz muito caraterístico, […] que transmite muita paz, muita calma, que tenho uma voz doce”, diz José Fialho, afirmando poderem ser essas as razões que levam tanta gente a ser cativada pelo seu fado.
Questionado sobre se gostaria de ter começado a carreira mais cedo, afirma que sim “gostava, com a mesma alma com que canto para os meus amigos, gostava de ter cantado para a minha companheira”.
“Não podemos dissociar as coisas”, diz o fadista, afirmando que os eventos da suca vida, são refletidos e inspiram o seu trabalho.
José Fialho avança à RC que vai começar a gravar o seu próximo CD ainda este mês. “Já tenho a escolha dos fados”, declara, sendo que entre os mesmos se encontram dois sonetos de Florbela Espanta: “Amar” e “Rústica”, e três poemas da sua autoria.
Ana Rocha, vereadora da Câmara Muncipal de Vila Viçosa, afirma ter sido “uma tarde fantástica”.
A inclusão de “outras áreas de cultura” no programa das Festas dos Capuchos apresenta-se como uma preocupação do município, criando “um programa o mais abrangente possível”, descentralizado do recinto de festas.
Neste sentido, o município promoveu “uma tarde dedicada ao fado e à poesia”, com a apresentação de um livro e de um cd, valorizando o talento do concelho. Foi “uma tarde de emoções […] e de afetos”, conclui.
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