A sua estreia poética surpreendeu quando, em 2019, Ao Ouvido do Diabo, publicado pela Companhia das Ilhas, integrou a lista de semifinalistas do prestigiado Prémio Oceanos. Quatro anos depois, o poeta e dramaturgo Rui Xerez de Sousa regressa à poesia com Lúmen, um livro que, como afirma Antonio Sáez Delgado, “não deixa ninguém indiferente”.
Publicados pelas Edições Húmus, “os versos de Lúmen conduzem o leitor para um universo com degraus que sobem ou descem, sempre com a mesma intensidade, entre as diferentes estâncias que habitam o território da profecia, da alucinação, ou da mentira”. Como a unidade de medida de fluxo luminoso, Lúmen deambula por entre a treva e a luz, num contínuo questionar de normas e convenções.
“Levaram-te à loucura numa liteira branca / para conheceres a Norma, com seus altares, missais e paramentos; / a forma correcta de existir. / Diziam: – Este é o caminho!, mas apontavam para o lodo”, escreve o autor num dos poemas.
Nas palavras de Antonio Sáez Delgado, Lúmen, de Rui Xerez de Sousa, abre as portas para “um mundo poético dominado pela introspeção e a transgressão” e para um universo “com uma forte componente simbólica, que constrói através de uma voz lírica assertiva e de tom mítico um percurso dominado pela contínua sensação que provoca no leitor de estar constantemente a aproximar-se do proibido”.
Rui Xerez de Sousa é natural de Évora.