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Marcelo Rebelo de Sousa em campanha no Alentejo mostrou-se preocupado com a desertificação da região e o ordenamento do território (c/som e fotos)

Marcelo Rebelo de Sousa visitou esta terça-feira, dia 29 de dezembro, o distrito de Évora.

Da agenda do candidato presidencial constou uma visita à Aldeia da Luz, pelas 12h30.

Depois do almoço, Marcelo Rebelo de Sousa visitou, pelas 15h00, o Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora, instalado na Herdade da Mitra, em Valverde.

A Rádio Campanário acompanhou o candidato à Presidência da República, que em declarações a esta Estação Emissora, justificou a visita à Aldeia da Luz, “para mostrar os problemas e os dramas do interior e fazer a ponte com o que conhecia da antiga Aldeia da Luz, imediatamente antes de haver a mudança e que foi uma mudança de vida radical para os habitantes”.

“Passados muitos anos, chega-se aqui e dá para notar várias coisas importantes (…) a coragem desta gente que se sacrificou pelo bem de muitos mais, nem sempre é vulgar, as pessoas muitas vezes pensam nos seus interesses e aqui sacrificaram-se porque mudaram a vida (…) e uma maneira de viver para que fosse possível criar riqueza para muitos agricultores e muitas outras populações do Alentejo (…) dá para ver que passados estes anos, há coisas que não correram bem (…) o próprio planeamento da aldeia, as pessoas sentem-se menos juntas e menos solidárias, muitas estruturas não funcionam, as canalizações, o cemitério é insuficiente (…) naquela altura pensar numa obra que era importante (o Alqueva) e o que foi feito, poucos anos depois (…) já está a rebentar pelas costuras (…) de forma mais geral, há aqui um problema que nem o turismo nem a vinda de estrangeiros (…) consegue resolver, este interior (…) tem cada vez menos gente a viver e cada vez mais velha, os mais novos partem, este é um país muito desequilibrado, uma das questões graves do país é o ordenamento do território, não houve, cresceu desordenadamente a correr para o litoral e aqui neste sítio ainda mais profundas e mais distantes e mais longínquos, é mais evidente (…) as pessoas vão partindo, as povoações vão morrendo, as escolas vão tendo cada vez menos gente e fica um país muito desequilibrado (…) é uma zona que não é rica, tem por onde crescer, mas não há gente”, declara.

Questionado sobre qual a forma de inverter essa tendência, Marcelo Rebelo de Sousa diz que “há especialistas nesta matéria e há um grande debate nacional a fazer sobre o ordenamento do território, não é uma questão de Governo (…) as pessoas têm a sensação de que é muito injusto do ponto de vista social (…) mas a injustiça é tanto maior quanto mais velhas são as populações”.

O candidato presidencial refere, quando lhe é perguntado, sobre a forma discreta como a campanha eleitoral está a decorrer, dizendo que é uma campanha igual à sua maneira de ser, “eu sou assim naturalmente, faço o que faço de uma forma muito independente e também muito solitária, é uma campanha feita de ações de aproximação em relação às pessoas, não de grandes manifestações de massas, acho que isso está gasto, é caro e as pessoas estão fartas (…) dispenso esse tipo de campanha”.

A área social será aquela que merecerá uma maior atenção. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou os “quatro anos e meio (…) as pessoas sofreram muito, estão a sofrer muito, caíram muito os seus rendimentos e quanto mais velhos são, mais impressionante isso é, quanto mais desempregados mais difícil é a situação e portanto fazer uma campanha com o país assim (…) é fazer uma campanha para países ricos, que não é o caso de Portugal”.

Instado sobre a dificuldade do cargo, numa altura em que o partido do Governo não foi o mais votado nas eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa diz que “o trabalho mais difícil decorre do país estar numa situação socialmente difícil, a saída da crise e de ter ficado dividido em dois à saída das eleições legislativas, não tem a ver com o Governo (…) trata-se de fazer pontes, de unir, de aproximar as pessoas, com paciência, com diplomacia, com afeto e esse aspeto mais difícil é o mais trabalhoso do futuro presidente da República”.

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se confiante em ganhar as eleições à primeira volta.

Sobre se é um candidato com um perfil que se encaixa na constituição portuguesa, ou se, se adapta à constituição, Marcelo Rebelo de Sousa refere que fez a constituição, “estou particularmente à vontade porque em matéria de poderes presidenciais, não só estive a fazer a constituição como depois estive muito ligado à revisão constitucional que criou estes poderes do presidente, não acho que haja necessidade de mudar os poderes do presidente, são exatamente aqueles que ele deve ter, nem demais nem de menos”.

 

 

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