Desde setembro, três empresas de extração e transformação de mármore, uma localizada em Vila Viçosa (Ala Almeida) e duas em Borba (Marmetal e Magrimar), interromperam suas operações devido a problemas financeiros.
A Rádio Campanário conversou com o representante dos trabalhadores, Nelson Curvo, sobre a reunião realizada nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Vila Viçosa, que foi cedida pela autarquia para a realização da reunião a pedido dos trabalhadores.
Nelson Curvo explicou que a reunião foi convocada coletivamente pelos trabalhadores, que se reuniram para solicitar o apoio da Câmara Municipal, representada pelo Dr. Inácio Esperança, e pediram um espaço para discutir os seus direitos.
A rádio Campanário também falou com o advogado do grupo que representa as três empresas, o Dr. Ricardo Bacalhau, que afirmou que as empresas retomariam suas operações em janeiro de 2024.
Em relação a essas declarações, Nelson Curvo manifestou o seu ceticismo sobre estas declarações, reforçando que até o momento os salários dos trabalhadores continuam em atraso há dois meses, além do subsídio de Natal, e estão prestes a entrar no terceiro mês sem pagamento. Adianta que as declarações de Ricardo Bacalhau Rádio Campanário são apenas conversa de “treta” e uma maneira de adiar a resolução dos problemas.
Em relação ao número de trabalhadores afetados, Nelson Curvo diz que cerca de 30 e poucos trabalhadores suspenderam os seus contratos, enquanto apenas cinco trabalhadores não aderiram à suspensão e, portanto, devem estar a serem remunerados se não estariam lá.
Denunciou ainda; que a empresa está a contratar trabalhadores não afetos às empresas para carregarem contentores e vender materiais, enquanto os trabalhadores afetos não foram chamados para realizar o trabalho. Questionado se já tentaram entrar em contacto com a administração Nelson Curvo salientou que têm tentado a comunicação, mas foram repetidamente ignorados e não recebem respostas.
Em relação à alegação do advogado do grupo, Dr. Ricardo Bacalhau, de que estaria em curso uma transação para vender 50% da empresa que resolverá os problemas financeiros.
Nelson Curvo diz: (…) essa afirmação é falsa as empresas não poderão funcionar sem seus recursos humanos. E adiantou que a falta de matéria-prima parou quase por completo as fábricas e que as declarações sobre a venda da empresa são apenas conversa vazia.
Este trabalhador afetado no processo também concluiu dizendo (…) que o grupo enfrenta uma série de problemas relativamente a processos criminais, nomeadamente dividas com a Segurança Social e várias situações de penhora, com instituições bancárias, têm processos por todo o lado.
Vila Viçosa: A incerteza do futuro e a solução para as empresas Marmetal, Magrimar e Ala Almeida.
