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Mármore: Decréscimo de jazidas podem colocar sector em risco

Símbolo da paisagem alentejana, o Mármore confere às planícies verdejantes, um aspeto lunar, árido mas característico da zona de Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal. Com séculos de história, a indústria conheceu o seu apogeu nos anos 80, quando nasceram as principais empresas que albergavam centenas de trabalhadores.

O mármore extraído nas pedreiras foi desde sempre exportado para os cinco continentes, apesar de, o sector ser um dos mais afetados pela crise mundial. Nos últimos anos, o mármore tem vindo, também, a perder terreno para matérias semelhantes, mas com preços mais acessíveis.

O principal destino do Mármore continua a ser o Mercado Árabe, mas a China tem vindo a ganhar terreno nas exportações, embora com contornos e gostos bem diferentes.

As áreas de exploração de mármore, designadas por Áreas Cativas, foram definidas pela primeira vez em 1976, cuja designação se baseava na evidência de um recurso geológico e no seu valor estratégico. O Estado Português impôs regras para o aproveitamento deste recurso, designadamente a Portaria nº441/90, D.R nº136, Série I de 15/06/1990, no que respeita ao mármore. A portaria abrange uma área de 15650,38 hectares onde estão englobados os concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal.

A produção de Mármore no final do século XX, em Portugal, rondava as 49 mil toneladas, já em 2007, e com a crise no horizonte, o fabrico decresceu para cerca de 35 mil toneladas.

As rochas ornamentais de origem portuguesa, como o Mármore, são bastante apreciadas a nível da exportação, como já havia referido. Em 2013, as exportações atingiram um novo valor histórico, num total de 372,7 milhões de euros, com um crescimento médio de 6%, no que respeita a anos anteriores.

No conjunto de todas as regiões, as pedreiras com autorização de exploração tiveram um decréscimo de 50 empresas, em 2013 e em plena crise financeira mundial, Portugal continental registou apenas 120 pedreiras em funcionamento.

Relativamente ao Alentejo e ao chamado anticlinal de Estremoz, de acordo com a Direção-Geral de Energia e Geologia, desde 2008 e com o agravamento da crise financeira mundial, a indústria do mármore entrou em declínio vertiginoso.

Em 2008, o número de estabelecimentos em funcionamento contabilizavam 57 e em 2010, com alguma surpresa, o número de empresas subiu para 66. Em 2013, último ano em análise, só já existiam 31 fábricas, o que provocou, consequentemente um colapso na economia local.

Relativamente aos operários fabris, em 2008 ultrapassavam os 500, fazendo da indústria do Mármore a maior empregadora desta região Alentejana. Com a entrada em 2013, o número de empregados desceu para 354, disseminado o desemprego e o consequente empobrecimento da zona.

Hoje, em 2015, a tendência é para o agravamento da situação. As reservas de Mármore estão a chegar ao fim, o que torna o material nobre e extremamente caro. A zona do anticlinal de Estremoz, uma das mais prósperas do mundo no sector, há três décadas, é hoje símbolo de abandono e decadência.

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