Os médicos do Serviço de Urgência de Cirurgia do Hospital de Portalegre manifestaram a sua indisponibilidade para realizarem horas extra.
Num comunicado enviado à nossa redação, o Conselho Sub-regional de Portalegre da Ordem dos Médicos dá conta que ” teve conhecimento de que todos os elementos do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Portalegre apresentaram a sua indisponibilidade para realizar mais horas extraordinárias no ano de 2023.
Ao tomarem esta iniciativa, estes médicos solidarizam-se com os colegas que, em vários hospitais, já manifestaram, ou estão em vias de manifestar, a sua recusa em efetuar mais horas extraordinárias.
Esta medida teve efeito no fim de semana, dia 14 de outubro, traduzindo-se num forte constrangimento no Serviço de Urgência do Hospital de Portalegre, especificamente para doentes que necessitem de observação pela especialidade de Cirurgia Geral, levando forçosamente à transferência de muitos doentes para outras unidades hospitalares.
Consideramos importante informar a população do distrito de Portalegre para a eventualidade desta limitação no Serviço de Urgência, devendo procurar outra unidade hospitalar nos dias de constrangimento, seguindo as instruções das autoridades.
A população do distrito de Portalegre tem de saber que os colegas de Cirurgia já ultrapassaram há muito as 150 horas extraordinárias, tendo todos eles muitas centenas e até cerca de 1000 horas extraordinárias realizadas até à data.
Como facilmente se depreende, o Serviço Nacional de Saúde, mais especificamente as urgências hospitalares, não podem continuar a funcionar com base num regime de prestação de trabalho que exige a médicos que trabalhem mais 4 meses num ano.
Apelamos ao Ministério da Saúde e ao Sr. primeiro-ministro que se faça um esforço negocial efetivo que leve a uma aproximação das exigências sindicais, abandonando tomadas de posição unilaterais, e que permita desbloquear esta situação, antes que tenhamos de lamentar consequências irreparáveis para a população.”