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“Medo, dificuldades financeiras e reprovação da sociedade”, motivos que levam vítimas a sofrer sem denunciar casos de violência, diz Major Copeto da GNR (c/som)

No próximo dia 22 de fevereiro comemora-se o Dia Europeu da Vítima de Crime. A APAV assinala este dia recordando à sociedade portuguesa a sua missão de apoio às vítimas de crime, às suas famílias e amigos.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apoiou, em 2013, 8 733 vítimas diretas de um ou mais crimes e desenvolveu 11 800 processos de apoio, números que diferem do ano de 2012, a APAV tinha prestado “algum tipo de apoio” a cerca de 23.500 pessoas, entre vítimas diretas (8.945), indiretas, seus familiares e amigos.

O ano de 2013 regista um aumento nos atendimentos da APAV, 37.222 atendimentos, mais 14.475 em relação ao ano anterior, com os utentes a relatarem que foram vítimas diretas de 20.642 crimes.

Os crimes de violência doméstica representam a esmagadora maioria (84,2%) dos crimes relatados pelas vítimas à APAV, uma preocupação constante que tem vindo a acrescer o número de denúncias, principalmente desde que este foi considerado crime público.

À Rádio Campanário o Major Copeto, do Comando Territorial do Distrito de Évora falou sobre estes dados dizendo que “a grande preocupação surge quando estes casos não são denunciados, pelos mais diversos motivos, medo, dificuldades financeiras, pela família ou mesmo por vergonha”, acrescendo que a vítima chega a dar desculpas como “ele só me bate quando está bêbado”.

O Major Copeto explica, também, “existem vítimas que não procuram ajuda, com receio de não terem as condições económicas para sobreviver fora de um agregado familiar violento”.

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Os crimes de violência doméstica em “sentido estrito” totalizam 63,7% dos crimes registados pela APAV, nestes estão incluídos os maus tratos psíquicos (36,8%) e os maus tratos físicos (26,9%).

Dos crimes de violência doméstica em “sentido lato”, a violação de domicílio ou perturbação da vida privada (1,3%) foi o crime mais vezes relatado, seguindo-se os crimes de furto/roubo (0,7%) e de dano (0,6%).

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