Um dos ex-libris da cidade de Estremoz é o mercado tradicional que se realiza, todos os sábados de manhã, no Rossio Marquês de Pombal. Semanalmente, o campo vem à cidade e traz cestos cheios de frutas, hortaliças, cereais, azeite, queijos, azeitonas, enchidos e animais. Estes produtos são frescos e podem ser adquiridos diretamente ao produtor.
A par deste mercado, também na Feira de Antiguidades e Velharias o visitante tem a oportunidade de viajar no tempo, através dos objetos e artigos expostos nas bancas improvisadas ou no chão. Mobiliário, bordados, faianças, porcelanas, cobres, livros, discos, moedas, postais, selos, grafonolas antigas e utensílios agrícolas, são apenas alguns exemplos do que se pode encontrar nesta feira.
O mercado das velharias desenrola-se no Rossio Marquês de Pombal, paralelamente ao mercado de criação e já ocupa uma segunda “rua”, visto que uma se tornou insuficiente. A sua origem perde-se nos anos sessenta do século passado e é, sem dúvida, um dos melhores do país. Ali nasceu espontaneamente e cresceu.
Nas investigações históricas, está provado que as “feiras” de Estremoz iniciaram no ano de 1747. Entre 1777 e 1785, um estudo, feito com base nos registos das lojas presentes nas feiras, revela que este período foi o auge das feiras em Estremoz, havendo 7 feiras com registo de 711 lojas.
Na altura os registos revelam que os ” feirantes” presentes nas lojas vendiam diversos produtos:
Estes feirantes vinham das mais diversas regiões do país como pode verificar no quadro seguinte:
Como tal, os historiadores creem que o atual tradicional mercado de velharias tenha sido originado exatamente destas feiras seculares que ali enraizaram.
Atualmente, no Mercado de Velharias e Antiguidade aparecem:
– Alfarrabistas que por vezes nos surpreendem com livros do século XVIII ou manuscritos do século XVII, primeiras edições e encadernações em inteira ou meia de pele, gravuras, postais antigos e registos de santo que nos fazem arregalar a vista;
– Antiquários com pratos, louças e vidros antigos, imagens religiosas em madeira, marfim, barro, mármore ou granito, bem como paramentos religiosos, pratas, quadros a óleo, gravuras antigas, registos, arte pastoril e peças da barrística popular de Estremoz ou das Caldas;
– Moedeiros que vendem moedas e notas, antigas e modernas, principalmente de Portugal e Colónias;
– Vendedores de toalhas, bordados e rendas antigas, que estiveram religiosamente guardadas e que sabe-se lá, porque artes mágicas ou fatalidades do destino, acabaram por surgir à luz do dia;
– Ourives com toda a parafernália de joias em ouro e prata, que vão desde alianças e anéis, a pulseiras, fios e correntes, passando por símbolos de superstição popular como figas, cornichos;
– Revendedores de recheios de casa, onde é possível encontrar de tudo: mobílias, loiças, vidros, eletrodomésticos, quadros, livros e todo o género de bugigangas;
– Ferro-velho com uma oferta variada, que vai de alfaias agrícolas caídas em desuso até ferramentas, passando pelos mais diversos tipos de ferragens de uso urbano, bem como objetos metálicos variados, em cobre, estanho, zinco, ferro ou latão.
– E há quem ofereça uma gama muito variada de objetos que passa por antiguidades, moedas e notas, gravuras, livros, postais, louças, vidros, etc., etc,
Fonte: CM Estremoz/Revista de Históri Economica e Social de 1983/Do Tempo da outra Senhora
A Rádio Campanário esteve hoje no mercado das velharias de Estremoz. Fique com a nossa fotoreportagem: