A azáfama já começou, para que tudo esteja a postos dia 27 de julho e os mais belos trabalhos em papel sejam mostrados ao País e ao Mundo até 4 de agosto.
No corrupio de gente atarefada, no entrar e sair de casas e casões, no constante frenesim que dura meses sente-se a corrente eletrificante destes percursos que só a noite sabiamente acalma, retomando pela fresquidão da manhã o seu vigor. Os “cabeças” e as suas gentes entre noites mal dormidas e a falta de apetite sonham com o dia seguinte entre pequenos mas reconfortantes descansos…
Mas nas ruas é mesmo assim, e durante esses meses o olfato reduz-se ao intenso odor das colas, os olhos vidrados não enxergam mais do que as resmas e rolos de papel, e tudo quanto é dado ouvir é o experimentado e monocórdico lamento das tesouras, assaltado por breves instantes num resmalhar de papel de uma qualquer rosa que acabou de florir.
A azáfama é extenuante, o desejo de tudo estar graciosamente composto para as festas recompõe e domina sentimentos e só nesta resiliência que lhe conhecemos poderemos encontrar a natural explicação para esta cruzada.
As Ruas Floridas de Redondo é a mais reconhecida das tradições redondenses e que teve a sua génese na homenagem à padroeira do concelho.
Foto: Câmara Municipal de redondo