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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Ministério da Saúde visitou Alentejo Litoral constatar graves carências nas estruturas de saúde que se acentuam há anos

A visita da comitiva do Ministério da Saúde, liderada pelo Ministro, ao Alentejo Litoral veio confirmar o arrastar de problemas na região ao longo dos anos, para os quais os autarcas da região vêm alertando sistematicamente sem obterem resposta do poder central.

Algumas dessas dificuldades até se têm vindo a agravar, pese embora as constantes promessas de resolução por parte dos titulares da pasta da Saúde. O número de utentes sem médico de família nos cinco concelhos da região, que era de 13 mil em 2016, atinge atualmente os 17 mil, como o próprio ministro Manuel Pizarro frisou por diversas vezes na deslocação que realizou nesta segunda-feira.

Significa isso que 16% dos cerca de 100 mil habitantes dos cinco concelhos que formam o Alentejo Litoral não têm médico de família, considerado um dos pilares base do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Esta realidade foi sistematicamente sublinhada, durante a visita, pelo presidente do Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), nas intervenções que fez, tanto quando recebeu o ministro no seu concelho, Alcácer do Sal, como quando foi convidado a intervir na sessão que encerrou a visita, no Hosp+ital do Litoral Alentejano.

À falta de meios humanos, Vítor Proença acrescentou a gritante escassez de equipamentos com que se confrontam as estruturas de saúde que integram a CIMAL, dando como exemplo a inexistência de um aparelho de ressonância magnética no único hospital de que dispõem os 100 mil habitantes da sub-região.

No balanço que fez da visita, ao final da tarde, no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, o Ministro reconheceu que a falta de recursos humanos é “dos mais difíceis” problemas com o setor se confronta na região, considerando mesmo “dramática” a falta de médicos e enfermeiros.

As estatísticas oficiais confirmam-no: em 2021, nos cinco concelhos (Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines) do Litoral Alentejano encontrava-se a mais baixa taxa de médicos de todo o Alentejo, com apenas 2,1 clínicos por 1.000 habitantes, quando em outras sub-regiões do Alentejo a taxa era o dobro.

O Alentejo Litoral figura igualmente no final da tabela quando se contabilizam os enfermeiros, que se ficam pelos 4,9/1.000 habitantes ou o número de camas, com uma taxa de 1,8/1.000 habitantes.

Para dramatizar ainda mais a realidade constatada, o governante referiu a falta de habitação como um fator “acrescido” e “agudo” que agrava ainda mais a enorme dificuldade em atrair profissionais de saúde para esta região alentejana.

Para além da promessa de desenvolver esforços para inverter este declínio num setor básico e fundamental para qualidade de vida das populações, sem se comprometer com dados e muito menos com datas, o Ministro deixou a garantia, que apresentou logo pela manhã, no município alcacerense, de que os cinco centros de saúde e as respetivas cerca de 30 extensões do Alentejo Litoral vão ser requalificados através de financiamento assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral mantém a sua enorme preocupação com as graves lacunas nos serviços de saúde da região, para os quais vem insistentemente alertando, sem sucesso, os sucessivos governos, ao longo dos anos, continuando, no entanto, completamente disponível para, dentro das suas competências, colaborar da resolução de um problema que tanto que nos preocupa”, afirmou, posteriormente à visita, o presidente do Conselho Executivo da CIMAL, Vítor Proença.

 

Foto: CIMAL

Fonte: CIMAL

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