De acordo com informações avançadas pela Agência Lusa, o Ministério Público (MP) está a defender que Eduardo Cabrita, ex-ministro, e o seu antigo chefe de segurança, Nuno Dias, não devem ser levados a julgamento no caso do atropelamento mortal ocorrido na Autoestrada 6 (A6), na zona de Évora.
Durante o debate instrutório, que decorre atualmente nas instalações do Tribunal da Relação de Évora (TRE), o magistrado do MP argumentou que não existem indícios suficientes que justifiquem a pronúncia destes dois arguidos.
Em relação ao ex-ministro da Administração Interna (MAI), o procurador afirmou que, conforme já tinha sido mencionado na fase de instrução, Cabrita estava a trabalhar, respondendo a e-mails e telefonemas durante a viagem, e não se apercebeu da presença do peão na via. Além disso, considerou que não havia provas de que o ex-ministro estivesse ciente da velocidade a que o veículo estava a circular e que Eduardo Cabrita não tinha dado indicações ao motorista sobre a velocidade do carro.
No que diz respeito ao antigo chefe de segurança, o MP alegou que, para além de estar num veículo diferente daquele em que seguia Eduardo Cabrita, ele não tinha perceção da velocidade a que o carro do ex-ministro estava a circular, entre outros argumentos.
Esta fase de instrução do processo continuou com a continuação do interrogatório do ex-ministro Eduardo Cabrita, que já começou em junho e já foi adiado várias vezes.
Após a conclusão deste inquérito, teve início o debate instrutório, com as alegações do MP e dos advogados dos três arguidos: Eduardo Cabrita, o motorista Marco Pontes (o único acusado no processo, por homicídio por negligência) e o chefe de segurança do ex-governante, Nuno Dias.