Os 18 galgos apreendidos ao cavaleiro tauromáquico João Moura, em 2020, por alegados maus-tratos, estavam magros, dormiam em cima das suas fezes, apresentavam lesões, doenças (como Leishmaniose) e parasitas, tendo um deles acabado por morrer, segundo a acusação.
No despacho de acusação, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o Ministério Público (MP) descreve o estado de saúde de cada um dos animais quando foram apreendidos e o cavaleiro tauromáquico detido pela GNR, no dia 19 de fevereiro de 2020.
Alguns animais, de acordo com a acusação, encontravam-se magros ou com “condição corporal baixa” e outros apresentavam “magreza acentuada” ou “estado de caquético”, entre outras classificações numa escala aplicada.
Todos os cães galgos apreendidos tinham lesões ou escoriações e infeções provocadas por parasitas, possuindo alguns doenças, sem que existisse “quaisquer sinais de tratamento”, indica o MP no despacho de acusação.
Uma cadela, com quase oito anos, que “sofria de insuficiência hepática e renal aguda”, além de apresentar um “estado de caquexia” e “cortes profundos na zona do metacarpo sem sinais de cicatrização”, acabou por morrer no dia da operação da GNR.
Depois de apreendidos e acolhidos, realça o Ministério Público, os restantes animais “evoluíram rápida e favoravelmente”, manifestaram “muito apetite” e melhoraram “o seu estado geral”.
No dia da operação policial, os cães estavam “confinados em boxes de cavalos, dois a cinco animais por boxe, sem quaisquer equipamentos ou utensílios para fornecimento de alimento ou água”.
“Os espaços onde estavam alojados apresentavam grande acumulação de excrementos de muitos dias” e os cães “não possuíam um espaço seco e macio para repousar, dormindo sobre o cimento e sobre os dejetos acumulados”, descreve o MP.
C/Lusa