Nos últimos meses o descontentamento dos Agricultores tem-se feito ouvir no Alentejo, especialmente contra a passagem dos serviços das Direções Regionais de Agricultura para a competência da CCDR Alentejo.
A Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes,esteve ontem no Crato para a cerimónia de entrega do projeto de Execução de Infraestrutura de Regadio do Aproveitamento Hidroagrícola do Crato à CIMAA, e à margem desta cerimónia, a Rádio Campanário falou com a governante.
Confrontada com o facto de os agricultores do Alentejo estarem descontentes e manifestarem-se – quase diariamente – nas ruas e não aceitarem que fiquem a “ser tutelados” pela CCDRA para além dos apoios que reclamam, Maria do Céu Antunes alega que o Ministério da Agricultura tem trabalhado arduamente junto dos agricultores para que os apoios não deixem de chegar em tempo útil e cita “foram mil milhões de euros de apoios à produção em 2020, 2021 e 2022 ou seja, mil milhões de euros de pagamentos/ano mais 400 milhões de euros/ano para o investimento.
Em 2020 nós atribuímos 25 milhões de euros de ajudas extraordinárias. Em 2021, 24 milhões de euros. Em 2022, 52 milhões de euros em medidas extraordinárias” e frisa que em Janeiro deste ano, fechou um período de candidaturas para mais 57 milhões de euros de apoios extraordinários “e continuaremos a trabalhar para ajudar os agricultores para além daquilo que são os apoios normais a terem as ajudas necessárias para fazer face aos momentos difíceis que temos vindo a viver ao longo destes 3 anos.”.
Maria do Céu Antunes recorda que passámos por uma pandemia, a seca, a guerra e a crise inflacionista, frisando que logo que se deu as cheias neste território – imediatamente – foram pedidas à Direção Regional da Agricultura e Pescas que ajudassem com o apoio das Câmaras Municipais para realizar os levantamentos dos estragos, e cita “abrimos o aviso para investimento nas pequenas explorações para que os agricultores se pudessem candidatar” tendo o conhecimento de que estas medidas não ajudam a repor os efetivos pecuários, disponibilizaram 50.000 euros através do orçamento do ministério para ajudar à reposição desses efetivos pecuários.
Maria do Céu Antunes afirma que irão continuar a trabalhar assim e cita “as direções regionais não são extintas, continuarão a trabalhar exatamente nos sítios onde estão e há uma maior articulação com todas as outras áreas governativas para termos verdadeiramente um desenvolvimento regional, que se faz para além da agricultura, mas que não se faz sem a agricultura.”