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“Missão cumprida”: Bombeiro de Estremoz descreve cenário vivido em Seia como “um inferno de chamas”diz Jorge Ferreira

Estremoz, 24 de setembro de 2024 – Depois de dias difíceis, os Bombeiros de Portugal regressaram à normalidade, depois de verem o norte e centro do País fustigados por incêndios de grande dimensão, que causaram prejuízos incalculáveis e danos morais irreparáveis na vida de todos os que foram atingidos.

Apesar do regresso a uma aparente normalidade, as memórias persistem e deixam para sempre marcas profundas na vida dos Soldados da Paz, especialmente quando se veem partir os “nossos”.

A Associação Humanitária dos Bombeiros de Estremoz foi uma das corporações do Alentejo que esteve a combater os incêndios no norte do País com um grupo de operacionais e a Rádio Campanário, à margem da realização da V caminhada solidária da associação, falou com o Bombeiro Jorge Ferreira, um dos operacionais desta corporação que esteve na linha da frente dos incêndios.

Jorge Ferreira é Bombeiro na Corporação de Estremoz há mais de três décadas já participou em diversas missões difíceis. Refere-nos que os Bombeiros estão imbuídos do espírito “de nos ajudarmos uns aos outros porque todos trabalhamos para o mesmo e todos queremos o mesmo resultado.”

Questionado pela Rádio Campanário qual o sentimento destes homens e mulheres quando partem das suas corporações em direção ao desconhecido, o Bombeiro estremocense salienta “ é um sentimento misto: de alegria porque sabemos que vamos ajudar e ao mesmo tempo de receio por deixarmos os nossos.”

No terreno, conta-nos, encontraram um “verdadeiro inferno de chamas”. Ainda assim a experiência permitiu que o trabalho realizado no terreno durante os três dias em que lá permaneceu “não fosse muito difícil”.

Jorge Ferreira combateu no grande fogo que lavrou em Seia durante vários dias. No momento em que regressou a casa, junto com os seus colegas, fizeram-no com o sentimento de “missão cumprida”, especialmente porque que o grupo regressou precisamente no dia em que os incêndios foram dados como terminados.

Depois de dias intensos, os Bombeiros de várias corporações do Alentejo regressaram a casa, em coluna, o momento sempre “emotivo” para todos os que nele participam.

O Bombeiro Estremocense sublinha que “felizmente terminou tudo bem e nenhum dos Bombeiros desta corporação se magoou.”

Bombeiro há 33 anos, o chamamento para a missão de salvar vidas surgiu quando viu a sua mãe sofrer um AVC. Assistir, nessa ocasião ao trabalho dos Bombeiros e percebeu que este era o aminho que queria seguir. Sob o lema “vida por vida”, Jorge Ferreira jurou um dia ser Bombeiro, uma promessa que cumpre até hoje e até que a saúde lhe permita porque nada o faz mais feliz do que “dar o melhor de si a quem mais precisa.”

Agora é o momento de fazer contas aos prejuízos. Os danos materiais poderão ser resolvidos mas as vidas que se perderam, será um momento negro que ficará para sempre na história do nosso país.

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