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Monforte: Município recusa petição para retirar nome de José C. Malato do Largo junto à Biblioteca Municipal

Tal como a Rádio Campanário noticiou e perante os comentários efetuados pelo apresentador José Carlos Malato :”O Alentejo é uma vergonha. Gente sem memória! Sou lisboeta, a partir de hoje”, este foi o comentário de José Carlos Malato na sua conta de Instagram no dia de 25 janeiro, onde comentava o inesperado resultado de André Ventura que para além de ter tido quase 12% do total de votos, foi o segundo candidato com maior votação em vários concelhos alentejanos, cresceu um sentimento de revolta nos alentejanos  que deram origem a vários comentários enfurecidos nas redes sociais e culminou numa petição dirigida ao presidente da Câmara Municipal de Monforte para “pedir a alteração da Praça que contém o seu nome, em Monforte”. O texto que acompanha o documento já conta com mais de quatro mil assinaturas e deixa ainda sugestões para o novo nome do largo. “Como alternativa, ficam aqui as ideias “Praça dos Monfortenses” ou voltando ao antigo “Largo da Biblioteca”.

João Barnabé, o impulsionador desta petição revelou hoje na sua página pessoal de facebook que a mesma foi recusada pelo Município de Monforte referindo “Lamentavelmente, mas como já era de esperar, a Petição que levei a cabo com o intuito de anular a homenagem feita ao cidadão José Malato foi recusada. Passo a citar as justificações, as quais eram as previsíveis:

“As pessoas são humanas, com qualidades e defeitos e todos estamos sujeitos ao erro; – Não se pode julgar uma pessoa por um ato isolado, fruto de um impulso vomitado em triste e nada democrático comentário para as redes sociais, e muito menos possa merecer do Executivo uma reação igualmente populista que leve à alteração de um topónimo, seja ele qual for; – Recordar que no início de 2019 tivemos um episódio semelhante, onde também o Executivo não se envolveu, nem cedeu; – As Instituições Públicas num Estado de Direito Democrático têm nas suas competências a obrigação da tolerância e construção de pontes e soluções e não de fraturas da sociedade; – Não aceitar e manifestar-se absolutamente contra comentários com ofensas ao nome das pessoas, sejam elas de que cor, cultura, religião e género forem; Nestes termos, a Câmara deliberou, por unanimidade, não dar provimento à petição pública em título, mantendo e respeitando a decisão igualmente fundamentada e democraticamente tomada pelo Executivo Municipal em 2004/2005″.”

João Barnabé adianta ainda “Posso dizer que entendo a atitude tomada, apesar de não concordar com a mesma. Mas a Democracia é assim. Pelo menos, quero acreditar que todo o processo terá sido democrático” acrescentando “qualquer pessoa adora dizer que “ama o Alentejo” ou que “só saí por obrigação, mas tenho lá uma casinha e vou sempre que possível” ou o meu preferido “é onde me sinto em casa, pena não poder lá viver”…mas esquecem-se que há quem viva por cá diariamente, ano após ano, apesar de todas as dificuldades que nos são impostas.”

Em jeito de lamento, João Barnabé realça “acredito também que por as respostas serem quase sempre “não vale o trabalho” ou “o melhor é não dar importância”, o Alentejo não seja levado tão a sério como deveria. A minha revolta pessoal vem daí e foi isso que me fez fazer a Petição.”

Apesar da recusa por parte do Município de Monforte, João Barnabé refere ” quem diz que “só perdi tempo” ou que “não vale tanta atenção”, para não falar em quem me insultou só porque sim quando isto foi tornado público, não se preocupem. Tou em confinamento, tenho algum tempo livre e a Petição demorou uns loucos 5 minutos, ou nem isso, a ser feita. Se há formas de demonstrarmos o nosso desagrado com algo, porque não fazê-lo? A minha consciência ficou e está descansada.”

O responsável pela petição termina dizendo “sou Alentejano, sou Monfortense, e tenho um orgulho imensurável nisso! E para quem diz que sou maluco…confirmo. Mas sou um maluco do Alentejo e isso dá-me uma alegria do caraças!”

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