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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Monforte: Seca ameaça a viticultura, fruticultura, cereais e pecuária

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Cerca de 90% do território nacional está em situação de seca devido a temperaturas mais altas que o normal, à falta de chuva e, consequentemente, a falta de água nos solos.

Em consequência desta temperatura pouco comum para a época, a agricultura e a pecuária estão em risco. 

A exploração pecuária e agrícola, onde são cutivadas oliveiras, amendoeiras e romãzeiras, que José Maria Falcão detém em Monforte, entre Estremoz e Portalegre, “pode entrar na bancarrota” se não chover nos próximos dias. Segundo avançou o Público, resta-lhe “7% de água”, tem “mais de 100 hectares [de um total de 500] em risco de morrer”, as searas estão “semi-perdidas”, conta “600 vacas em extrema dificuldade” devido à ausência de pastagens e os 21 postos de trabalho permanentes que assegura e os mais 15 a 20 eventuais estão “em risco”.

Segundo o empresário, na última terça-feira o próprio ficou sem água na própria habitação. “Eu moro dentro da exploração agrícola e o poço deixou de puxar água”. “Nunca tal aconteceu”, conta ao PÚBLICO. Está “sem água para consumo doméstico”, não tem ligação à rede pública de abastecimento, pelo que se viu na iminência de “chamar os bombeiros” para se abastecer.

José Falão é também presidente da Associação de Produtores Agrícolas de Precisão (APAP), que abarca 120 empresas “da região alargada de Elvas de Abrantes até Beja”, traça um cenário preocupante. “Os cereais de Outono-Inverno estão quase todos perdidos” e os que restam, “sem chuva, perdem todo o potencial”. As pastagens, por sua vez, sem pluviosidade “entram em fim de ciclo”, mesmo que possam regenerar mais adiante. Já no amendoal, para cuja cultura o Instituto Nacional de Estatística (INE) até tinha previsto uma produção na ordem das “38 mil toneladas (a mais elevada dos últimos 24 anos)”, a situação é crítica. É que “92% das amendoeiras, em caso de zero água, morrem”, diz o empresário.

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