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Monte Selvagem já reabriu e traz novidades – mas também precisa de ajuda

De acordo com a revista Nit, Ana Paula Santos, diretora do parque Monte Selvagem, em Montemor-o-Novo, explica como estes meses foram: “muito atípicos, difíceis e preocupantes”. E acrescenta ainda que  “não sabemos se conseguiremos manter o parque no futuro”. 

A explicação é simples: para qualquer negócio o encerramento prolongado é muito complicado, por vezes fatal. Para um parque de natureza e animais, em que mesmo sem visitas as refeições não podem falhar, todos os dias do ano, pode ser ainda mais difícil.

O Monte Selvagem tanto em 2018 como em 2019 foi eleito pelos portugueses, nas primeiras edições do concurso Portugal Cinco Estrelas, como o melhor Parque Temático de Portugal. Antes disso, o Monte já tinha sido eleito como o espaço com a melhor animação turística do Alentejo, em 2012.

Contudo em 2020, o parque com mais de 300 animais sofreu um embate tão grande com a pandemia que o futuro tornou-se numa incógnita.

O espaço com 20 hectares e mais de 300 animais de 70 espécies, tem como conceito principal a conservação da Natureza. Mesmo com a pandemia e as visitas paradas, essa continuou a ser a prioridade da empresa familiar que Ana Paula Santos gere. 

Assim, a manutenção do parque e o bem estar de animais e plantas nunca falhou, graças “ao enorme esforço financeiro desta empresa familiar, à compreensão dos nossos fornecedores no atraso do pagamento de faturas; a algumas doações de alimentos para animais, à compra de bilhetes antecipados, a algumas doações monetárias dos nossos queridos visitantes, ao apadrinhamento de uma espécie animal pela nossa Câmara Municipal de Montemor-o-Novo e à dedicação da nossa equipa de trabalho”, adianta a responsável à NiT.

Em 2020, o Monte Selvagem fechou com apenas 30 por cento da faturação que tinha tido no ano anterior. Mesmo assim conseguiu alguns feitos: além do bem-estar dos animais, não despediu nenhum funcionário. “Tivemos alguns que abraçaram outras oportunidades e que saíram de livre vontade, o que acabou por ser positivo, na medida em que conseguimos baixar alguma despesa fixa com a equipa, que está cada vez mais polivalente e cumpre regras apertadas de combate à pandemia”, adianta Ana Paula.

Durante o inverno, o Monte Selvagem começou a preparar-se para a reabertura do parque em fevereiro de 2021, o que acabou por não acontecer devido ao novo confinamento após o Natal. Desta vez, “não pusemos ninguém em layoff, pois a equipa estava já demasiado reduzida sem os funcionários que tiveram de ficar em casa com os filhos, devido ao fecho das escolas, e continuámos a trabalhar arduamente até ao dia 6 de abril último” — dia em que o parque voltou a reabrir.

Agora de volta, o dia-a-dia é diferente na freguesia de Lavre. Seguindo uma política “Clean & Safe”, o parque respeita as progressivas medidas de desconfinamento e, neste momento, está em horário reduzido: de terça a sexta-feira das 10 às 17 horas e aos fins-de-semana (pelo menos até ao dia 2 de maio) das 9 às 13 horas.

É obrigatória a utilização de máscara na entrada, loja, bar, wcs e equipamentos lúdicos, a desinfeção das rodas dos carros, a desinfeção das solas dos sapatos e das mãos à entrada do parque. Com a sinalética Covid espalhada pelo espaço, o parque alerta ainda para a necessidade da manutenção do distanciamento social, para o cumprimento da etiqueta respiratória e para a lavagem e desinfeção constante das mãos, dispondo de mais de 30 pontos de desinfeção espalhados pelo parque.

A visita ao Monte Selvagem é agora apenas feita de forma pedestre, e “portanto mais sustentável”. O parque aumentou o número de miradouros disponíveis para os visitantes verem os animais que andam livremente pelo espaço maior. “Montámos ainda um novo espaço museu, “wild museum”, com espólio dos ciclos de vida dos seres vivos do parque, coletado durante 17 anos de vida do Monte Selvagem; e estamos a preparar uma sala multiusos para diversificarmos a nossa oferta turística e de educação ambiental”, adianta Ana Paula.

O parque construiu ainda mais sinalética educativa, com recurso aos materiais da floresta do montado onde se insere, e disponibilizou mais jogos lúdico-pedagógicos por toda a área.

Preparado para lotações máximas de segurança mais reduzidas e com a ausência quase total de visitas escolares, o objetivo do parque para este ano é simples: captar mais visitantes em núcleos familiares, “que procurem o contacto tranquilo com a Natureza, um lugar perfeito para fazer um picnic, desfrutar em família, no meio natural, com qualidade”, diz a responsável.

Desde a reabertura há 15 dias, a afluência “ainda é fraca”, mas todos os que vão “mostram-se bastante agradados com o parque, cumprem as regras, estão ávidos por ar livre e natureza, e esperamos que mesmo que aos poucos, consigamos recuperar da crise provocada pela pandemia”.

O clima tem estado propício, mesmo com alguma chuva, e “as famílias precisam do contacto com a natureza, para ultrapassarem esta fase de confinamento e de pressão para todas as idades”, conclui a diretora. “Cá estamos à espera dos nossos visitantes, que ao visitarem o parque, estão a ajudar a Conservação da Natureza e a viabilizar este projeto de responsabilidade ambiental e educativa”, frisa, lembrando que há quatro formas simples, e super importantes como o último ano provou, de ajudar, todas disponíveis na página do parque:

A primeira é simplesmente visitando-o, claro; a segunda, doando qualquer quantia monetária, para IBAN do Monte Selvagem PT50 0033 0000 00269925005 05;  a terceira, doando alimentos para animais (preferencialmente rações e fenos, por questões de dificuldade de armazenagem de produtos frescos); e finalmente, comprando antecipadamente entradas para visitar o Parque, na loja online.

Este é ainda um dos mais característicos espaços nacionais de alojamento e proteção da biodiversidade e de contacto com o meio natural em Portugal. Mesmo com todas as dificuldades de 2020, acolheu nesse ano mais uma família de primatas resgatados, oriundos do AAP — Centro de Resgate de Animais Exóticos, nos Países Baixos, no âmbito da recolocação de animais resgatados, em colaboração com a AAP (Animal Advocacy and Protecction), uma organização europeia de bem-estar animal e é um dos aliados da nova coligação global “UNITED FOR #BIODIVERSITY”, criada pela Comissão Europeia para ajudar a travar a perda atual de biodiversidade e proteger os ecossistemas.

 

 

Fonte: Nit

 

 

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