“Mulheres na Cultura, nas Artes, na Ciência e na vida contemporânea” foi tema para a mesa redonda realizada ontem no Cineteatro Curvo Semedo – Montemor-o-Novo e integrada nas Comemorações do dia 8 de Março, Dia do Município, de S. João de Deus e Internacional da Mulher.
A Sessão teve moderação de Ana Galvão (radialista) e intervenções das convidadas Helena Caldeira (Atriz), Susana Picanço (MDM de Montemor-o-Novo-Produtora Cultural), Manuela Mendonça (Historiadora), Filomena Martins (Jornalista), Maria Manuel Mota (Cientista) e Carolina Deslandes (Cantautora).
Este evento contou com uma excelente presença de público, marcando presença na plateia o Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal.
Carmen Carvalheira, Presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Novo, fez de forma informal a abertura da iniciativa, agradecendo a presença de todos, referindo que é bom estarmos entre mulheres para debater a responsabilidade que temos todas na Cultura, nas Artes, na Ciência, mas de uma forma transversal em tudo o que fazemos. Para Carmen Carvalheira, nos últimos anos temos tido uma conquista gigantesca e nunca se tinha feito tanto pela igualdade.
A radialista Ana Galvão, que efetuou a moderação da iniciativa, mencionou o seu grande contentamento por participar e que, embora não seja de Montemor, adotou Montemor como uma segunda casa. Apesar de estar feliz e de querer que esta mesa redonda fosse produtiva, não quis deixar de referir que o nosso coração está também com o povo ucraniano!
Manuela Mendonça referiu que as Mulheres tiveram um papel fundamental em toda a história, dando inúmeros exemplos. A historiadora considera que existe um grande lobby do homem.
Maria Manuel Mota salientou que, embora existam mais Mulheres licenciadas e com melhor formação, nos lugares de topo são sempre menos, explicando que temos de acabar com o estereotipo da supermulher. A cientista contou que o seu mentor certa vez lhe confidenciou que ela “tinha tudo para ser bem-sucedida, mas era pena ser mulher”, conluindo que esta luta é de todos e não é exclusiva das mulheres!
Filomena Martins, falando da sua experiência, confidenciou que nunca se sentiu discriminada, inclusivamente nunca aceitou ser número 1 da hierarquia por decisão própria. A jornalista considera que a mudança tem de começar na educação, tal como tem de se acabar com o sentimento de culpa e denunciar o que não está certo.
Carolina Deslandes contou que, na sua área profissional, há uma discriminação brutal, recordando que, antes de lançar o tema “A Vida toda”, não tinha nada, pelo simples facto de ser mãe e estar grávida, o que a desencantou, acrescentando que não é suposto ser tão difícil para as mulheres. Mãe de 3 filhos, a cantora disse que educar é um trabalho muito difícil, esperando estar a educar 3 bons homens e feministas.
Helena Caldeira referiu que o seu sector é semelhante ao de Carolina, com a agravante de que o objeto (corpo) de trabalho das atrizes, está regulado pela ditadura da imagem.
Susana Picanço destacou que os direitos das mulheres estão consagrados em lei e são importantes.
No final da mesa-redonda, aconteceu um excelente show Case com Carolina Deslandes que terminou, a pedido da mãe do Matias, com o delicioso tema “A Vida Toda”.
Fonte e fotografias – Município de Montemor-o-Novo (Facebook)