Olivicultores de Moura e a Liga Portuguesa da Natureza (LPN) estão a desenvolver esforços para, em conjunto, tentar criar condições para a conservação do lince-ibérico em Portugal. O projeto, denominado LIFE Habitat Lince Abutre, vai criar mais de 55 hectares de corredores ecológicos para promover a conetividade entre áreas de habitat favorável para o felino nas Serras de Adiça e Ficalho.
Eduardo Santos, coordenador do projeto, explicou à Rádio Campanário que os olivicultores que aceitaram a colaboração não vão fazer intervenções em pequenas parcelas do terreno de que são proprietários, possibilitando assim o desenvolvimento e regeneração da vegetação natural. Este compromisso resulta na diminuição de rentabilidade do terreno e, tendo isso em conta, é-lhes atribuído um pagamento compensatório “justo”, que varia consoante as características e dimensões do solo. O coordenador falou ainda da espécie em vias de extinção, que é o felino mais ameaçado do mundo.
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A região de Moura é uma das áreas em que, historicamente, se encontram registos da presença do lince-ibérico, que também é o mamífero carnívoro mais ameaçado da europa. Perda de habitat adequado e o desaparecimento do coelho-bravo, principal componente da dieta da espécie, estão entre as principais razões para o decréscimo da população na Natureza.
O projeto LIFE Habitat Lince Abutre, que tem por principal objetivo a conservação do lince-ibérico, do abutre-preto e dos seus habitats no Sudeste de Portugal, é coordenado pela LPN e conta com a parceria de diversas instituições públicas e privadas, sendo cofinanciado a 75% pelo Programa LIFE-Natureza da Comissão Europeia.
