O concelho de Moura vai receber, no primeiro trimestre deste ano, sistemas de fornecimento de energia solar para os protótipos do Square Kilometre Array (SKA). Com o objetivo de revolucionar o conhecimento sobre a evolução do universo, o SKA pretende ser um dos maiores radiotelescópios do mundo, de forma a dotar a Europa de uma tecnologia capaz de rastrear o universo de forma 100 a 500 vezes mais rápida e com uma sensibilidade 50 vezes superior aos atuais equipamentos.
A Herdade da Contenda, em Moura, já havia sido eleita, em 2010, para servir como plataforma tecnológica de teste de soluções, antes do equipamento ser instalado definitivamente em África e na Austrália. A localidade foi escolhida devido às condições propícias, uma vez que a região tem um espetro radioelétrico limpo, apresenta a maior exposição solar da Europa e um clima semelhante ao dos países onde o sistema será implementado.
A Rádio Campanário falou com Domingos Barbosa, investigador no Instituto de Telecomunicações na Universidade de Aveiro e membro coordenador da participação portuguesa no projeto, o qual explicou melhor o que é e como se processará o investimento, salientando que a grande novidade e mais-valia, além das inovações na astronomia, é o impacto social e económico que este projeto global vai ter, principalmente nos paises da África Subsariana.
{saudioplayer}http://radiocampanario.com/sons/SKA%20Domingos_9jan.MP3{/saudioplayer}
Depois dos testes no concelho de Moura, o empreendimento deve começar a ser construído, entre 2015 e 2016, sendo que as primeiras observações estão previstas para 2017. Se o plano seguir conforme pensado, o radiotelescópio deve começar a funcionar depois, em 2025, com o objetivo de, entre outros, mapear o universo na procura de moléculas precursoras de vida em sistemas planetários distantes e vida inteligente no universo.