O dia Nacional da Água, celebrado em Portugal desde 1983, assinala a transição entre o período do ano em que as reservas hídricas atingem o seu mínimo e, com a chegada do período chuvoso, o início do novo ciclo hidrológico.
De acordo com a notícia avançada pelo Município de Évora, segundo a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC), uma das principais alterações climáticas projetadas para o município corresponde à diminuição da precipitação média anual, que poderá sofrer uma redução de 39% até ao final do século.
Desta forma, é cada vez mais importante destacar e desenvolver ações concretas de mitigação do impacto das alterações climáticas sobre os recursos hídricos ao nível do risco de indisponibilidade de água, quer em quantidade quer em qualidade.
No âmbito do projeto LIFE Água de Prata (LIFE17 CCA/PT/000076) a Câmara Municipal de Évora irá proceder à reparação das nascentes e condutas do Aqueduto da Água de Prata, reequipamento das estações de bombagem e poços da Graça do Divor, construção de um reservatório de água em S. Bento e construção de rede de distribuição de água.
Estes trabalhos permitirão captar, armazenar e distribuir a água proveniente das “nascentes do Divor” e a sua utilização na rega de 20,3 ha de espaços verdes urbanos, o que equivale a cerca de metade das áreas verdes da cidade e corresponde à poupança de 140.000 m3/ano de água.
Nas piscinas municipais está ser construído um sistema de reaproveitamento da água utilizada nos tanques ao ar livre, que passará a ser encaminhada para um tanque de compensação, onde será filtrada e reutilizada, permitindo uma poupança de 40.000 m3 de água durante os meses de funcionamento no verão.
Paralelamente, a Câmara Municipal de Évora adquiriu e encontra-se a implementar o Software INTERAQUA, de gestão de infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, que permitirá melhorar a sua eficiência de planeamento, operação e manutenção.
Estes são três exemplos de medidas concretas visando a redução da pressão sobre os recursos hídricos, que não dispensam outras atuações mais amplas, nomeadamente ao nível dos Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), instrumentos que estão a ser trabalhados de forma a estabelecer os regimes de uso do solo que melhor protejam a qualidade das reservas hídricas do município através da redução de afluências contaminadas provenientes do espaço urbano e rural.