A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto vai decorrer de 23 a 31 de julho com um programa dedicado ao património da vila medieval. Este certame cultural organizado desde 1986 pelo Município de Reguengos de Monsaraz e que a partir de 1998 se começou a realizar com periodicidade bienal, pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo.
O programa da bienal cultural vai abrir no dia 23 de julho com o Dia Aberto sobre o complexo arqueológico dos Perdigões, classificado em 2019 como monumento nacional. Este povoado iniciado no Neolítico Médio há cerca de 5.500 anos prolongou-se durante toda a Idade do Cobre e chegou ao início da Idade do Bronze, há 4.000 anos.
O Dia Aberto nos Perdigões começa às 9h com a partida de todos os interessados desde a Praça da Liberdade até ao complexo arqueológico. Pelas 9h30 realiza-se a visita a este sítio pré-histórico guiada por António Valera, Diretor do Núcleo de Investigação Arqueológica da Era Arqueologia, entidade que desde 1997 está a efetuar escavações arqueológicas no local.
Segue-se pelas 11h uma visita à reserva de materiais na Torre do Esporão e a palestra “Entre animismos, banquetes e familiaridades: a relação homem/animal nos Perdigões”, por António Valera e Nelson Almeida, investigador no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. A participação no Dia Aberto é gratuita, mas limitada ao número de vagas disponíveis, devendo os interessados inscrever-se através do e-mail da Era Arqueologia (geral@era-arqueologia.pt).
A cerimónia de abertura da 24.ª edição do Monsaraz Museu Aberto vai realizar-se às 18h30 no Largo D. Nuno Álvares Pereira, em Monsaraz. Pelas 19h decorre a visita à exposição de fotografias da década de 1970 que vai estar patente nas ruas de Monsaraz e à mostra de serigrafia e litografia “A Essência da Cor”, de Manuel Cargaleiro, que poderá ser apreciada na Igreja de Santiago.
A partir das 22h acontece o primeiro concerto com o Quinteto Jazz de Lisboa no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa. Formado em 1998, este grupo composto por Ná Ná Sousa Dias (saxofone), José Carvalho (voz), Leandro Leonet (bateria), Miguel Braga (piano) e José Lima (baixo e contrabaixo) apresenta uma sonoridade muito própria, com a fusão do Jazz com fado e música popular portuguesa,
No dia 24 de julho o programa do festival Monsaraz Museu Aberto integra às 22h30 um concerto com Tiago Bettencourt na Praça de Armas do Castelo. Tiago Bettencourt vai apresentar na vila medieval os seus grandes sucessos musicais, mas também o seu novo disco de originais editado em 2020, o sétimo da sua carreira intitulado “2019 Rumo ao Eclipse”, que teve a participação especial de Mariza na faixa “Nuvem”, contou com os coros de Mariana Norton e Cláudia Pascoal nos temas “Manhã”, “Fêmea” e “Fachada”, com Fred Ferreira na bateria em “Dança” e “Não Queiras Mais de Mim” e ainda com a voz de Ivo Canelas em “IntroFachada”.
No dia seguinte, 25 de julho, a bienal cultural apresentará às 19h na Igreja de Santiago a palestra “Memória e Paisagem: Patrimónios megalíticos na construção das identidades locais”, por Rui Mataloto, arqueólogo responsável pela Carta Arqueológica do concelho de Reguengos de Monsaraz. Segue-se pelas 21h30, no mesmo local, o concerto dos Klang.data de Paulo Amendoeira e Bernardo Cruz. A fechar a noite, a partir das 22h30 no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa será apresentado o bailado “Tristão e Isolda” pela Companhia de Dança Contemporânea de Évora.
Na terça-feira, 26 de julho, pelas 19h António Valera vai proferir na Igreja de Santiago a palestra “No centro dos Perdigões: uma estrutura cerimonial pré-histórica inédita na Península Ibérica”. A fechar o dia, às 22h, decorre no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa o concerto “Singularidades da Guitarra Portuguesa: História, Repertório e Técnica”, com Henrique Leitão.
No dia 27 de julho, pelas 18h, na Igreja de Santiago realiza-se a palestra “Os Judeus em Monsaraz”, por Duarte Galhós, Técnico Superior de Historia da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz. Uma hora depois, no mesmo local, decorre a palestra: “A importância da Rede de Judiarias de Portugal no setor turístico nacional”, por António Pita, Presidente da Rede de Judiarias de Portugal.
A partir das 22h realiza-se um concerto com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa. Jorge Peixinho fundou o grupo em 1970, o primeiro em Portugal de música contemporânea, tendo sido distinguido com a medalha de Mérito Cultural atribuída pela Secretaria de Estado da Cultura como reconhecimento da sua actividade de divulgação da cultura musical contemporânea nacional e estrangeira. A discografia do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa compreende obras de Jorge Peixinho e criações de outros compositores, tendo gravado também obras de compositores portugueses para a Tribuna Internacional de Compositores e participado em várias obras originais para teatro, cinema e multimédia.
Na quinta-feira, dia 28 de julho, decorrerá às 19h na Igreja de Santiago, a palestra “Marcas da devoção no termo de Monsaraz: o Património Religioso e a Valorização dos Territórios”, por Antónia Conde, do Departamento de História da Universidade de Évora/CIDEHUS.
No dia 29 de julho o programa da bienal cultural abre às 19h na Igreja de Santiago com o lançamento do livro “Monsaraz, estórias e lendas”, de Isidro Pinto. A Praça de Armas do Castelo recebe a partir das 22h um concerto pela Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense.
No sábado, dia 30 de julho, pelas 22h realiza-se a Gala do Cante, na Praça de Armas do Castelo, com as atuações de Buba Espinho, Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo Coral da Casa do Povo de Reguengos de Monsaraz, José Manuel Farinha e Joana Godinho.
A fechar o Monsaraz Museu Aberto, no dia 31 de julho, às 22h, Jorge Palma sobe ao palco da Praça de Armas do Castelo. Poeta, músico, cantor e compositor, Jorge Palma lançou o seu primeiro disco a solo em 1972 e durante as cinco décadas de carreira gravou dezenas de temas que marcaram a música portuguesa, como “Frágil”, “Deixa-me Rir”, “Dá-me Lume”, “Bairro do Amor”, “Estrela do Mar” ou “Encosta-te a Mim”.
No Monsaraz Museu Aberto vai estar patente na Igreja de Santiago a exposição de serigrafia e litografia “A Essência da Cor”, de Manuel Cargaleiro, com 57 obras que mostram o seu traço marcado pela exploração da cor, gerando composições geométricas e movimentos pictóricos que remetem para uma manta de retalhos. Manuel Cargaleiro nasceu em 1927 e é um artista de referência na arte portuguesa do século XX até à atualidade.
Nas ruas da vila medieval poderá ser apreciada a exposição de fotografias da década de 1970 intitulada “Memórias de Monsaraz”. Um grupo de fotógrafos amadores e profissionais fotografou o concelho de Reguengos de Monsaraz para participar num concurso de fotografia promovido pela autarquia e o resultado deste périplo fotográfico foi um espólio inigualável de fotografias a preto e branco sobre as gentes, as povoações e o vastíssimo património cultural e arquitetónico. Para esta exposição foram selecionadas 23 fotografias de Monsaraz que mostram como era a vila medieval na década de 1970.
A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto tem entrada livre, exceto nos concertos de Tiago Bettencourt e de Jorge Palma que terão bilhetes à venda a cinco euros.