A partir do próximo mês de setembro, os cidadãos residentes em Portugal terão a oportunidade de explorar o rico património cultural do país de forma gratuita aos domingos e feriados. Esta medida faz parte de um novo regulamento que também introduz alterações nos valores de ingresso em museus, monumentos e palácios sob a alçada do Estado, como determinado por um despacho publicado em 4 de agosto no Diário da República.
O governo, justificando essa atualização, apontou para o crescimento da atividade turística e a diversificação da oferta cultural nos últimos anos, juntamente com a implementação de um canal de venda online e a adoção de um novo sistema de bilhética em 2021.
Até agora, as entradas nos espaços culturais tutelados pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) eram gratuitas aos domingos e feriados apenas até às 14h00 para todos os visitantes. A partir de setembro, a gratuidade será estendida a todos os dias da semana, e novas categorias de pessoas poderão usufruir desse benefício.
Além dos domingos e feriados, crianças e jovens com até 12 anos terão acesso gratuito a esses locais. A medida também inclui visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia, profissionais de museologia e património, investigadores, conservadores, restauradores, professores, alunos de instituições de ensino superior, grupos com comprovada carência económica, entre outros. O despacho sublinhou que essa mudança visa garantir o acesso universal à cultura.
A lista de beneficiários de acesso gratuito inclui antigos combatentes, visitantes com incapacidades superiores a 60%, profissionais de turismo e comunicação social credenciados, bem como visitantes em eventos corporativos ou ocasionais.
Os descontos também foram ajustados. Visitantes com 65 anos ou mais, jovens entre 13 e 24 anos e famílias (com pelo menos um adulto e um menor) continuarão a ter descontos de 50%. O novo regulamento também estabelece uma tabela de preços específica para exposições temporárias e simplifica algumas categorias de bilhetes, buscando maior clareza e eficiência no sistema.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, destacou a importância dessas mudanças, apontando que a maior parte dos visitantes de museus em Portugal são estrangeiros e que essa reformulação poderá ter um impacto significativo na receita, uma vez que a maioria dos visitantes locais já usufruía de descontos expressivos.
Dados estatísticos da DGPC mostram que, em 2022, os museus, monumentos e palácios nacionais receberam 3,3 milhões de visitantes, marcando uma recuperação após as perdas causadas pela pandemia de COVID-19. No entanto, essa cifra ainda está abaixo dos números registrados antes da pandemia, entre 2017 e 2019, que oscilaram entre quatro e cinco milhões de visitantes.
Fonte: Rádio Voz da Planície