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Na 2ª volta entre Haddad e Bolsonaro “o Brasil está entre o mau e o pior” (c/som)

O deputado António Costa da Silva, eleito pelo círculo de Évora do PSD à Assembleia da República, no seu comentário desta segunda-feira, dia 08 de setembro de 2018, comentou o resultado eleitoral da primeira volta das eleições no Brasil e a greve dos estivadores em Portugal.

Sobre o resultado no Brasil, “dá para tirar já algumas ilações”, nomeadamente através do “resultado extraordinário por parte de Bolsonaro”, que é “muito superior àquele que se esperava por parte das primeiras sondagens”, onde “o apelo dele ao voto útil acabou por certa forma resultar”, afirma António Costa da Silva. Por outro lado, Fernando Haddad, candidato pelo PT, “conseguiu superar as expetativas iniciais”, pois “ele vinha de um resultado de 5% e 6%”.

Contudo, “em termos políticos, a análise que devemos fazer é que o Brasil está entre o mau e o pior”, uma vez que “qualquer uma das possibilidades, na minha perspetiva, não é boa”, afirma António Costa da Silva.

“Nós nestas eleições vamos estar entre dois extremos: entre o extremo que representa a corrupção, que é o líder do PT, que é o escolhido pelo Lula, que representa a insegurança, a instabilidade e que representa aquilo tudo que de mau foi feito no Brasil, as expetativas que foram criadas e os erros que foram criados, nomeadamente ao nível de um conjunto de investimentos realizados no Brasil, completamente errados”, onde “tivemos grandes investimentos em Jogos Olímpicos, grandes investimentos também no Campeonato do Mundo de Futebol” e “grandes investimentos em áreas que não são assim tão importantes, mas nas áreas da Saúde e da Educação, onde o país pode ter progressos significativos esses investimentos não aconteceram”. E “esses investimentos sempre associados ao crime”.

Contudo, questionado sobre o facto de o Brasil ter chegado a ser a quinta maior economia mundial, nos dois mandatos de Lula da Silva, bem como os investimentos feitos na educação e nas classes mais desfavorecidas, o deputado social-democrata admite que “o Brasil teve melhorias bastante positivas durante um determinado período de tempo, mas há dois aspetos que são essenciais: que tem a ver com o Brasil distribuir riqueza que não tinha, Brasil realizou investimentos para os quais não tinha condições, não fez as reformas que devia e ao mesmo tempo, muitos investimentos erráticos com envolvimento de gente corrupta”.

Assim, “o reflexo disso tudo” é que “o Brasil entrou numa nova recessão, que trouxe mais insegurança e é neste clima que surge Jair Bolsonaro”. Este que “aparece aqui como um ex-militar” e que “com o seu populismo, até com posições extremistas, xenófobas e posições pouco abonatórias em termos daquilo que é um candidato presidencial”. Pelo que “os brasileiros, olhando para a corrupção, olhando para a insegurança, eles acabam por fazer uma opção que é o que é”.

Sobra a ascensão dos populismos e dos extremismos, em quase todo o mundo, António Costa da Silva diz que “m

uitos dos casos têm a ver com esse tipo de insatisfação”, quer na Europa como na América, onde os eleitores “começam a considerar que aquilo que é a classe política mais ao centro, mais equilibrada, mais moderada, não está a corresponder às espectativas”. Considerando que esta insatisfação se associa “com a questão da corrupção”.

Por isso, na disputa da segunda volta, “acho que um candidato mais populista é capaz de estar em vantagem perante um candidato, apesar de tudo, apesar de todas as asneiras, de todos os erros que fez, acaba por ter um discurso mais intelectualmente mais moderado”, que é o caso de Haddad, “mas não vai ser suficiente”, considera.

No que diz respeito à greve dos estivadores, que voltam a fazer greve, o deputado do PSD, refere que esta se relaciona “com todas as expetativas que são criadas e que têm vindo a ser criadas pelas sindicatos, com o governo, com aquilo que de certa forma tem vindo a acontecer em Portugal em certas áreas”, onde “nós estamos com um país completamente desequilibrado”.

 

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