O concelho de Barrancos, no distrito de Beja, com cerca de 1800 habitantes (dados de 2016), localiza-se na fronteira de Portugal com Espanha, sendo limitado por 3 municípios espanhóis e por dois municípios portugueses.
Em declarações à RC, Arnaldo Frade, Delegado Regional do Alentejo do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), afirma que Barrancos “é uma realidade muito específica que temos vindo a acompanhar”.
Contrariamente ao que se regista na restante região Alentejo, em Barrancos “a maioria das pessoas têm o 12º ano” de escolaridade, incluindo parte dos seus 160 desempregados.
Apesar da clara “progressão do ponto de vista da escolaridade”, surge ainda a necessidade de investimento que resulte na criação de postos de trabalho que reconheçam “a capacidade que os barranquenhos já têm do ponto de vista da qualificação”.
Enquanto o investimento não surge, é levado a cabo um trabalho conjunto do IEFP com a autarquia, para “capacitar as pessoas na medida das nossas possibilidades e no âmbito das nossas medidas ativas, quer de emprego, quer de formação”.
“A nossa missão não é criar empresas, é ajudar os empresários a terem profissionais qualificados” e ajudar os desempregados inscritos “a transitarem para o mercado de trabalho”, declara.
O facto de Barrancos se encontrar afastado das localidades circundantes, “do ponto de vista do aglomerado populacional”, dificulta que os seus residentes possam trabalhar noutra sede de concelho, “até pela rede de transportes”, acrescenta.
Questionado se a proximidade com Espanha acresce oportunidades a este município raiano, o dirigente afirma que sim, uma vez que apesar de ser um concelho periférico “se pensarmos no todo nacional”, “adquire uma centralidade diferente” se considerarmos também o território espanhol. Beneficia ainda da “possibilidade de fixação no território a custos de terreno bastante controlados”, com proximidade de acesso ao mercado espanhol.