O Programa ATL-100 promovido pelo CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto) e pela DESAER (Desenvolvimento Aeronáutico), vai centrar na cidade de Évora o desenvolvimento, fabrico e operação de uma nova aeronave ligeira, criando em cinco anos 1.200 postos de trabalho qualificados. O projeto foi apresentado na tarde de ontem, dia 25 de setembro, no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, e contou com a presença da Ministra da Coesão Social, Ana Abrunhosa e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
Em declarações à Rádio Campanário, Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora, sublinhou que “este é um projeto que temos vindo a acompanhar há já alguns meses” e enalteceu “esta cooperação entre empresas portuguesas e empresas brasileiras, a CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto) e a DESAER (Desenvolvimento Aeronáutico), em primeiro lugar na investigação, no desenvolvimento das soluções e depois na produção das soluções”.
O autarca frisou que “este desenvolvimento será feito pelo CEiiA aqui no Parque Alentejo de Ciência e Tecnologia, em cooperação com a empresa brasileira e que se prevê depois instalar aqui a Unidade de Produção do novo avião, que se pretende que seja integralmente produzido e montado em Évora e que se prevê que se possa vir a criar cerca de 1.200 postos de trabalho, o que é uma excelente noticia, numa situação em que a crise económica e social nos está a bater à porta”.
“O lançamento e a concretização hoje aqui é para o Município, muito feliz, mas é apenas mais um passo”, alertou Carlos Pinto de Sá.
Questionado de que forma a autarquia eborense está a ajudar este projeto, no que diz respeito à especialização da mão-de-obra, o edil mencionou que “temos em Évora um conjunto de instituições habilitadas a fazer a formação e a qualificação de trabalhadores para este e para outro tipo de projetos, como por exemplo o Centro de Formação do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que já formou trabalhadores para a EMBRAER e para um conjunto de outras empresas e têm condições excelentes. A Universidade de Évora também tem estado a capacitar-se para dar resposta a este nível. São dois exemplos de várias instituições do concelho e da região”.
Carlos Pinto de Sá salientou que “para alem de capacitar e dar formação a trabalhadores do nosso concelho, naturalmente que estes projetos servem para atrair pessoas de outras regiões para virem trabalhar para Évora e para o Alentejo. Em alguns casos já terão qualificações, noutros casos têm de ter formação, mas isso é o que temos feito com outros projetos e consideramos isso positivo, porque precisamos de atrair pessoas para o nosso concelho e para a região”.
O local para a construção desta aeronave ainda não está definido. Para o autarca “aquilo que nós aspiramos é que a fábrica fique instalada em Évora. Temos aqui um cluster, que tem vários pontos e temos uma cooperação que nós próprios temos procurado avançar. Temos aliás um protocolo assinado com Beja e Ponte de Sor e julgamos que há outros pontos, como Grândola tem, neste momento, uma fábrica (Lauak) que está parada, mas que poderá vir a trabalhar. Portanto, vimos como positivo para a região, uma vez que este é um cluster cuja dimensão é muito significativa e pode dar um contributo a toda a gente. Mas naturalmente aspiramos que Évora seja o local escolhido”.
“Para além do cluster, há um conjunto de empresas que vão ser necessários para o desenvolvimento deste processo. Mas para já, a parte da investigação e desenvolvimento está sediada em Évora e vai continuar a ser a sede, no CEiiA e no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia”, referiu Carlos Pinto de Sá.