A Barragem de Veiros (Estremoz) inaugurada em 2015, tem um perímetro de rega de 1.114 hectares, e serve “cerca de 50 agricultores” do concelho de Estremoz e da freguesia de Monforte (Portalegre), encontrando-se atualmente “com cerca de 10% da sua capacidade”.
José Nuno Pereira, Presidente da Associação de Beneficiários do Perímetros de Rega de Veiros, em declarações à Rádio Campanário, afirma que a capacidade atual da barragem “nem sequer dá para começarmos a campanha de rega, este ano”.
Para que a campanha de rega primavera-verão deste ano pudesse arrancar “dentro da normalidade, era preciso que chovesse bastante no mês de fevereiro e de março”. Caso tal não se verifique, “não vamos ter campanha de rega alguma, este ano”.
Uma vez que a Barragem de Veiros se encontra “fora do alargamento do Alqueva, e não vamos poder receber água como podem outras barragens”, e que o transporte de água não se apresenta como uma solução viável para os agricultores, “a única solução é chover”.
Os agricultores beneficiários da Barragem de Veiros, dedicam as suas culturas a amendoais, olivais, vinha, prados permanentes e culturas de primavera-verão, como o milho e o tomate, avança, sendo que a prioridade na distribuição da água existente se direciona para as culturas permanentes, contudo, “nem para essas conseguimos assegurar água neste momento”. Atualmente, aponta, “não está nenhuma cultura” assegurada.
Não dispondo de água para o arranque da campanha, a mesma “está completamente comprometida”. “Se não chover […] todos os agricultores do perímetro, sem exceção, ficam mesmo sem regar esta campanha”.
Decorrendo o tempo de preparação para as culturas de primavera-verão, nomeadamente do tomate, a situação começa a complicar, afirma, uma vez que os agricultores têm “de fazer com tempo as encomendas das plantas, os contratos com as fábricas do tomate”. Não tendo garantias da área que poderão vir a plantar, “passam os prazos de fazer esses contratos”.
Verificando-se estas situações, os agricultores terão de “arranjar uma cultura alternativa”, como o milho e culturas para feno e silagem.
Desde a sua inauguração em 2015, e abertura oficial em 2016, a barragem “nunca encheu, nem sequer chegou a 50% da sua capacidade”. O máximo que encheu foi no primeiro ano, mantendo-se, contudo abaixo dos 50% da sua capacidade. “Mas não se podia fechar a água nessa altura, paciência”, conclui.