A pandemia da COVID-19 está a assolar o mundo e o país. No Alentejo, nos últimos dias surgiu um surto em Reguengos de Monsaraz, no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS). Devido a esta situação, vários são já os lares da região que estão a fechar portas a visitas, de forma a proteger os seus utentes.
Em entrevista à RC, Aurelino Ramalho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vimieiro, afirma que “no Alentejo fizemos um esforço muito grande com os nossos colaboradores e idosos para, durante muito, tentar tempo confinar e tê-los em segurança, mas sabíamos que com o desconfinamento, que aconteceu rapidamente devido a questões económicas, teríamos de ser apanhados nesta situação”.
Sobre a situação que está a acontecer em Reguengos de Monsaraz explica que a FMIVPS “foi apanhada por uma situação crítica” e por isso o provedor da Santa Casa da Misericórdia da localidade “fez o que o Presidente da União das Misericórdias tem vindo a dizer desde que isto começou, de que não devíamos baixar a guarda”.
“O vírus anda aí, continua aí, ele quer as pessoas, tem de se alojar em nós para viver e para sobreviver. Portanto, aquilo que nós temos de fazer é atender ao que a DGS diz: ao afastamento social, ao uso de máscaras. Nós temos que cerrar fileiras para salvar aqueles que são os nossos utentes, por quem damos tudo aquilo que pudemos e sabemos”, frisa.
Sobre o facto de abertura das visitas aos lares poder ter sido uma medida precoce, na fase em que ainda se vive, o provedor relembra que a União das Misericórdias “chamou à atenção para a abertura das visitas, e há uma frase do Sr. Presidente da União que é: vamos ter tempo do abraço. Nós estamos todos desejosos de nos abraçar uns aos outros, mas temos de ter tempo para nos abraçar”.
Explica ainda que “grande parte das misericórdias” mantiveram a distância entre as pessoas, arranjaram acrílicos, colocaram intercomunicadores, de forma a “não facilitar”.
Aurelino Ramalho agradece a todos os trabalhadores das misericórdias que “puseram em causa as suas famílias para defender os idosos que estão nos lares e as crianças das creches e pré-escolar”, mas relembra que também “são pessoas que vivem e convivem com outras pessoas”.
Sobre a eventualidade de se voltar a viver um confinamento nos lares, explica que “nas misericórdias temos os nossos idosos e colaboradores preparados para, se for preciso, confinarmos novamente e salvar os nossos utentes”.