O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, expressou a sua visão sobre o potencial do Aeroporto de Beja no âmbito do desenvolvimento turístico da região, numa entrevista à Rádio Campanário. Embora reconheça as limitações atuais, José Santos acredita firmemente que o aeroporto tem um papel crucial a desempenhar na atração de turistas, sobretudo num momento em que o turismo no Alentejo tem registado um crescimento significativo.
“Sabemos que há investimentos que são absolutamente centrais, estruturantes para uma rentabilização total do aeroporto de Beja nunca poderia ser uma alternativa à Portela porque, de facto, não tem reunidas as condições do ponto de vista da acessibilidade e do transporte”, afirmou José Manuel Santos. No entanto, o presidente sublinha que a região não deve abandonar estas reivindicações: “Não devemos, enquanto região, esmurecer ou desistir dessas reivindicações, mais que justas”.
Apesar das dificuldades inerentes ao desenvolvimento do Aeroporto de Beja, O presidente vê 2024 como um ano crucial para testar novas hipóteses e explorar as potencialidades da infraestrutura no contexto do crescimento turístico. “Em 2024, o turismo pode ser o setor económico que vai, de facto, puxar pelo Aeroporto de Beja e que pode dar a tal dimensão comercial do aeroporto, na qual muitos não acreditam”, explicou. “As condições hoje de trabalhar um aeroporto como o de Beja são melhores e são diferentes. Queremos revisitar o tema, trazer os promotores turísticos, aqueles que já estão instalados e aqueles que estão a pensar criar os seus negócios, e com eles trabalharmos aquilo que pode ser uma vocação para o Aeroporto de Beja”, acrescentou.
Nesse sentido, José Manuel Santos revelou que a Entidade Regional de Turismo está a preparar um documento operacional muito ágil e pragmático, com a colaboração de especialistas em aviação, hotelaria e operadores turísticos. “Queremos discutir com especialistas da aviação e da hotelaria e com empresários e operadores turísticos o futuro do Aeroporto de Beja, numa lógica muito profissional. Até ao final do ano, pretendemos ter um documento que possa ser apresentado ao Governo e à ANA, mas também aos operadores internacionais”, destacou.
Para concretizar esta visão, Santos sublinhou a importância de desenvolver um estudo técnico robusto que envolva todos os agentes relevantes. “Eu quero testar uma hipótese. Nós, que estamos no meio, que falamos com operadores, com agentes, com pessoas relacionadas com a aviação, queremos estudar de forma profissional, discreta, mas efetiva e consequente, qual a possibilidade de o Aeroporto de Beja desenvolver a sua dimensão comercial”, disse.
O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo também destacou que, numa altura em que o turismo na região está a crescer significativamente, é essencial aproveitar todas as infraestruturas disponíveis para sustentar e potenciar esse crescimento. “Nenhum destino turístico com um aeroporto deixa de o utilizar a favor do turismo. Seria um absurdo que não se tentasse”, concluiu.