Apesar de em Évora estarem a diminuir alguns indicadores da sinistralidade, em declarações exclusivas à Campanário, o Diretor da Unidade de Prevenção e Segurança Rodoviária, Carlos Lopes afirma que “no Alentejo, tipicamente, a gravidade, ou seja, o número de mortos em função do número de acidentes é especialmente grave”.
A respeito disto, “no dia 27 de dezembro a ANSR celebrou um protocolo com a CCDRA e com duas CIM’s e que vai ser alargado, no sentido de fazer um trabalho a nível local de abordagem dos problemas específicos do Alentejo”, pois, “existem políticas no âmbito europeu, existem políticas de âmbito nacional (…) e depois há uma atuação local”. Contudo, “sem uma conjugação de todas estas formas de ataque, que depois vão inclusivamente a um nível ainda mais reduzido, ao nível do cidadão e das próprias comunidades, é impossível uma ganhar um pouco desta guerra que é a insegurança rodoviária”.
“No Alentejo, o número de mortos em função do número de acidentes é especialmente grave”
Carlos Lopes
Até porque, de região para região, “a realidade é muito distinta”, e no Alentejo “há aqui um forte tráfego de atravessamento” com “vias muito importantes que ligam a zonas norte-sul” e “esse é um aspeto que é muito importante e existem também algumas vias com traçados com retas longas que convidam a velocidades elevadas”. Que apesar de não terem muito tráfego, “geram alguns comportamentos de risco, porque as pessoas são muito confiantes relativamente àquilo que se passa”.
Para combater estes fatores localmente, a ANSR está “a disponibilizar um conjunto de dados de sinistralidade para serem trabalhados a nível das próprias CIM’s para ser identificados, pontualmente, as características preponderantes que podem ser também diversas de município para município”.
“Há outras coisas que as Câmaras podem fazer, a nível da educação, a nível de campanhas, a nível da própria educação cívica, com as escolas de condução”
Carlos Lopes
Depois, além das infraestruturas, “há outras coisas que as Câmaras podem fazer, a nível da educação, a nível de campanhas, a nível da própria educação cívica, com as escolas de condução e da própria militância da sociedade civil, há muito a fazer e a conquistar nessa matéria”.