O diretor da PSP, Magina da Silva, foi recebido este domingo pelo Presidente da República, com quem debateu o futuro da polícia e dos profissionais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras .O encontro com Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém foi realizado a pedido do diretor da PSP, com o pretexto de oferecer ao Presidente da República um livro lançado há 15 dias pela PSP, bem como de fazer um balanço do ano.
No dia em que foi notícia a morte de um agente da PSP de Évora, conforme a Rádio Campanário noticiou, e depois de um cidadão ucraniano se queixar de maus tratos numa esquadra, o diretor nacional da PSP, Manuel Magina da Silva, revelou este domingo, no Palácio de Belém, à saída do encontro, que propôs ao Presidente da República uma solução para a reorganização das polícias que passa pela extinção da PSP e do SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – e pela “fusão” das duas forças numa “polícia nacional”.
Conforme notícia avançada pelo Expresso, o gabinete do ministro da Administração Interna, não quis comentar e remeteu para o comunicado de quarta-feira em que será anunciada a reestruturação do SEF.
O diretor nacional da PSP explicou ainda “a PSP é extinta, o SEF é extinto e surge uma polícia nacional, como acontece em Espanha ou Itália”. Sobre a possibilidade de a PSP absorver os profissionais hoje no SEF, Magina da Silva disse que “todos os bons polícias são bem-vindos”.
Em declarações aos jornalistas, adiantou também o seu desagrado com o tratamento público que tem sido dado ao SEF. “Quero demonstrar o meu desagrado pela forma como o SEF está a ser tratado na praça pública. O SEF tem excelentes profissionais, cujo bom desempenho ao longo dos anos está a ser vilipendiado”, lamentou.
Segundo o diretor “a PSP num ano tão difícil soube estar à altura”. “Correspondemos ao muito que se esperava de nós. Já temos um conforto psicológico e sabemos que 81% dos portugueses confiam nos polícias. Mas a polícia espera também a materialização desse apoio”, defendeu o diretor da PSP.
Relativamente à morte do agente da PSP de Évora que morreu na madrugada deste domingo depois de ter sido atropelado ao tentar travar um homem que agredia a mulher na rua, em Évora referiu”hoje simultaneamente para os 20 mil homens e mulheres da PSP e para o diretor nacional é um dia de tristeza, mas também de orgulho”, declarou o diretor da PSP, sublinhando o facto de o agente, que estava fora de serviço, ter seguido “o apelo da sua missão”.
Relativamente ao caso do cidadão ucraniano que se queixou de ter sido agredido pela PSP, e que foi noticiado este sábado,o diretor avançou “ não foi abordado” no encontro com o chefe de Estado, mas defendeu a atuação da polícia perante o cidadão, que conduzia um carro com as luzes apagadas embriagado. “O cidadão não colaborou, foi agressivo e teve de ser algemado”, explicou Magina da Silva.
Ainda relativamente a este caso, o diretor da PSP indicou ainda que está em curso um inquérito disciplinar para verificar os factos associados a este caso. “Não temos nada a esconder”, notou Magina da Silva.