O eurodeputado Carlos Zorrinho, eleito pelo PS, no seu comentário desta terça-feira, dia 25 de setembro, começou por falar dos protestos dos taxistas do Porto, Lisboa e Faro, que já duram há sete dias, para terminar a sua análise política comentando a deslocação do Infarmed para o Porto.
Sobre os protestos dos taxistas contra o governo, Carlos Zorrinho considera que “não é tanto um braço de ferro entre taxistas e governo”, uma vez que “a lei que regula as plataformas de transportes, foi aprovada por larguíssima maioria na Assembleia da República”. Contudo, admite, “eu compreendo um pouco algum do receio que alguns taxistas têm dessas novas formas de proporcionar a mobilidade, mas a verdade é que elas são imparáveis”. Por isso mesmo “não vale a pena tentar parar a evolução tecnológica”, onde “não são só os transportes que são fornecidos desta maneira”.
Neste sentido, o eurodeputado acredita que é necessário “dar aos taxistas as mesmas condições para poderem competir”, como “terem menos limitações em termos de contingente, terem menos limitações em termos das normas tarifárias”, considerando assim que “o braço de ferro se resolve com diálogo e criando condições competitivas para todos”. Até porque, parar no tempo não é possível”.
“Nas zonas rurais, no nosso Alentejo por exemplo, vamos continuar a ter o táxi tradicional, o táxi de proximidade”
Ao lhe ser solicitado que faça o contraponto com a realidade que encara diariamente em Bruxelas, Carlos Zorrinho relata que “também houve manifestações várias e entretanto foi aprovada uma lei”, sendo que “aquilo que eu noto agora é que as coisas funcionam de uma maneira sem conflitualidade”, que “é o que vai acontecer em Portugal”.
Acrescentando ainda que “a tendência, sobretudo nos percursos urbanos, nas grandes cidades, vai ser para o táxi ser, até porque tem uma cor especial, e tem umas condições especiais, um serviço mais especializado”.
“A competição deve ser clara e cada pessoa deve poder aceder ao serviço que mais lhe convém, sem limitações”
Por outro lado, “nas zonas rurais, no nosso Alentejo por exemplo, vamos continuar a ter o táxi tradicional, o táxi de proximidade e o serviço de proximidade, talvez também com alguma gestão mais eficaz, com alguns apoios das novas plataformas”. Contudo, “também temos que perceber que grande parte da nossa população não tem a literacia digital que lhe permita tirar benefício deste tipo de soluções”.
Ao mesmo tempo “a competição deve ser clara e cada pessoa deve poder aceder ao serviço que mais lhe convém, sem limitações”, remata o eurodeputado.
No que diz respeito ao adiamento da mudança do Infarmed de Lisboa para o Porto, criticado pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que responsabiliza António Costa desse atraso, Carlos Zorrinho diz perceber “a lógica do Ministro da Saúde, quando diz que estando em curso um processo de descentralização em que se pondera a transferência de vários serviços, que não se trate o Infarmed como um caso único”. Assim, “é preciso que tudo seja fundamentado e muito bem ponderado”.