O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, 20 de junho, começou por falar sobre o Programa Nacional de Investimentos 2030, que não prevê investimentos ferroviários no Alentejo, terminando a sua revista de imprensa a comentar o acordo “Combater a precariedade e reduzir a segmentação laboral e promover um maior dinamismo da negociação coletiva”, assinado em Concertação Social esta semana.
Sobre o Programa Nacional de Investimentos 2030, João Oliveira considera “lamentável” que Alentejo e Douro estejam de fora desse programa, o que “revela uma desconsideração pelo interior, que contraria um discurso que tem sido feito pelo governo” de “preocupação com o mundo rural e com o interior”. Não aceitando a “ideia de que há investimentos previstos em mais curto prazo”, como justificação para essa exclusão.
No caso concreto da eletrificação dos 63 quilómetros de linha ferroviária que ligam Beja a Casa Branca, o deputado do PCP afirma que “se nós dissermos que a ligação ferroviária entre Beja e Lisboa voltou a ser feita como era no século XIX, nós não estamos muito longe daquilo que verdadeiramente acontece”, pois “estamos a utilizar novamente automotoras, porque “não foram feitos os investimentos ainda de eletrificação da linha”.
No que diz respeito àquilo que os deputados podem ainda fazer sobre esta matéria, João Oliveira afirma que isso “é uma pescadinha de rabo na boca”, uma vez que há apenas 8 em 230 deputados eleitos pelo Alentejo. Pelo que, “mais difícil é debatermo-nos pelos nossos interesses” e “mais po
pulação vemos sair” da região. Por isso, “só com os deputados, nós não chegamos lá”, mas “com os deputados e as populações juntos na mesma luta” e se “essa luta for travada com determinação, estou convencido que podemos levar de vencido estes obstáculos”.
Analisando o acordo de Concertação Social, assinado entre o governo, as associações empresariais e os sindicatos, à exceção da CGTP, o deputado do PCP, considera que as perspetivas da central sindical e do seu partido “são convergentes”, uma vez que “este acordo é um acordo negativo, que mantém intocadas as normas mais graves da legislação laboral e que mais prejudicam os trabalhadores”. Ao mesmo tempo que “aponta para elementos de maior fragilização” dos trabalhadores.
Contudo, afirma que “nós não fazemos como os outros”, que “fazem das discussões moeda de troca”, pelo que não colocam em causa a votação do Orçamento de Estado, por causa de matérias laborais. Pois, quando estas medidas do acorde chegarem ao Parlamento o PCP votará contra, pois “não há outra posição da nossa parte se não o voto contra”.