O Presidente da República afirmou ontem que não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana face ao constante aumento do número de casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal.
A Rádio Campanário foi até Évora saber a opinião dos eborenses acerca de um novo confinamento, semelhante ao de março e abril do ano passado, e que restrições é que vêm como prováveis de vir a vigorar.
“Apesar de todas as limitações e de todos os constrangimentos que vai causar ao nível da economia e da vida social dos portugueses, nós concordamos com esse confinamento,” afirma Fátima. Em plena Praça do Giraldo, Fátima questiona o facto de o Governo ponderar deixar as escolas abertas porque, “sabemos que no início de janeiro muitos dos casos que apareceram foi precisamente nas escolas com docentes e alunos,” frisa.
Fátima e Joaquim, o seu marido, afirmam que o encerramento da restauração em simultâneo com o normal funcionamento das escolas, “é um pouco contraditório”.
Da mesma opinião acerca do encerramento das escolas é Maria João, residente em Évora, que realça que um confinamento iria afetar muito a sua vida quotidiana. “Para já deviam fechar as escolas, porque a escola onde a minha filha está existe uma professora que está desconfiada que tem [Covid-19]. Os miúdos deviam estar já em casa e não estão.”
Uma agravante partilhada por muitos encarregados de educação é o ensino à distância, “porque ter escola em casa é muito difícil, nem a matéria é dada como deve ser, nem os professores sabem como é que [os alunos] estão.”
Maria João é a favor de um confinamento, mas não é da mesma opinião para com a vacinação. No entanto, o facto de os profissionais de saúde terem sido os primeiros a tomar a vacina da Pfizer deixa Maria João, “Com um pé à frente e um atrás”.
António Neto Vaz, suporta um confinamento geral para Portugal, “pois aquilo que está a ser feito não é muito diferente daquilo que é feito no resto da Europa.”
“Temos que travar este contágio galopante (…) porque não é só o aumento de mortes que nós temos elevado, é o aumento de mortes de pessoas que não podem ser tratadas porque o SNS está a tratar as pessoas com Covid-19,” confessa António.
Quanto às escolas, “é evidente que os pais querem que as escolas continuem abertas para não terem que ficar em casa com os filhos”, no entanto, “é um facto que as crianças, do meu ponto de vista, são dos maiores disseminadores da virose,” explica.
Questionado acerca de um possível encerramento total do país, o eborense diz que, “compreendo que o Estado tem que ter dinheiro para apoiar as pessoas que neste momento não têm os seu “ganha-pão”, mas para isso também é preciso que o Estado não tenha pessoas que não pagam impostos”, conclui António Vaz.
Recorde-se que o primeiro-ministro português, António Costa, salientou ontem a necessidade de o Governo “procurar o maior consenso possível” para implementar medidas mais restritivas que tem “mesmo de tomar” contra a covid-19, porque “todos os esforços são poucos”.
Para a próxima terça-feira está agendada mais uma reunião com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, para avaliação da evolução da pandemia de covid-19 em Portugal,. Após a reunião o Conselho de Ministros irá ser reunido para averiguar as medidas a implementar para o país.