Vítor Silva, novo presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo falou hoje sobre as competências das Comunidades intermunicipais, e da cooperação existente entre as CIMS existentes “as Comunidades Intermunicipais – no Alentejo e Ribatejo temos cinco – têm hoje, por lei, competências no mercado interno, mas articuladamente com as ERT. Já fazemos isso em termos de agência quando promovemos um subterritório debaixo da marca Alentejo. É assim que resolvemos a promoção do Ribatejo nos mercados internacionais. Não posso colocar a marca Ribatejo, mas promovo a região através dos produtos, do cavalo, da cultura Avieira ou do património gótico de Santarém. Portanto, trabalhar com as CIM não é problema, desde que o seu trabalho seja articulado com o nosso.”
Em entrevista à Publituris, o atual presidente da ERT refere“ se as CIM devem fazer promoção autonomamente no mercado nacional, digo não. A minha posição é completamente contra, isso seria voltar ao tempo das 20 e tal regiões de turismo. E no mercado internacional muito menos, não vale a pena.”
Vítor Silva sublinhou ainda nesta mesma entrevista “o Alentejo é uma marca muito forte no mercado nacional, mas lá fora a competição é outra e não vale a pena ter uma estratégia baseada na colocação de marca, porque para isso é preciso uma fortuna e nós não temos dinheiro para publicidade. Por isso, tivemos de ir através dos produtos. A Rota Vicentina é um bom exemplo, não tinha capacidade financeira para fazer promoção e foi a agência que fez, porque as pessoas chegam ao território através do produto. Hoje, a Rota Vicentina é um produto top no mercado europeu.”
No que diz respeito ao Aeroporto de Beja, Vítor Silva referiu a propósito da possível reativação do aeroporto e da sua utilização por passageiros, , “de vez em quando há operações turísticas no aeroporto de Beja. Mas, e eu estou à vontade para falar sobre o aeroporto de Beja porque fiz parte da equipa que fez o primeiro plano de marketing da infraestrutura, o aeroporto de Beja deve ser um aeroporto indústria. “
Segundo o Presidente da ERT “penso que o aeroporto de Beja deve funcionar dessa forma e é para aí que está, felizmente, a caminhar” acrescentando “a maior parte dos voos de passageiros que aterraram em Beja foram promovidos pela ARPT, promovemos voos entre Beja e Heathrow, o que é fantástico, porque Heathrow é um dos maiores aeroportos do mundo. Mas o objetivo destes voos não era trazer passageiros, era promover o Alentejo, nem queira saber o que se falou do Alentejo e de Beja no Reino Unido.”
Questionado se o objetivo do aeroporto era promover o Alentejo,e se não teria saído caro fazer um aeroporto só para isso, Vitor Silva respondeu “o aeroporto custou 30 milhões de euros, 85% dos quais em fundos europeus. E 30 milhões de euros são seis quilómetros de autoestrada. O que seria um crime era não pôr a base aérea para utilização civil e, neste momento, está lá a Hi-Fly, já abriu um grande hangar de manutenção de aeronaves. Por outro lado, o aeroporto de Beja está vocacionado para o desmantelamento de aeronaves, que é um dos grandes negócios da aviação” destacando ainda “a isto, juntam-se outras duas realidades, a Embraer em Évora e Ponte de Sor. Estes três pólos devem articular-se e constituir um cluster aeronáutico.
O Aeroporto de Beja “é um aeroporto indústria e, se houver oportunidade de captar passageiros, muito bem, mas não é essa a sua principal vocação.” acrescenta.