Em entrevista à RC, o Diácono Bernardino Melgão, responsável pelo Banco Alimentar contra a Fome de Évora, fala sobre a situação da instituição neste momento de pandemia.
O Banco Alimentar em Évora fechou portas no início da pandemia, mas apenas fisicamente. A funcionária “está em teletrabalho e estamos em contacto com todos os pedidos” através da mesma e “dos nossos contactos normais” relata o responsável.
“Quando há descargas ou cargas ou entregas o Banco é aberto e qualquer pessoa que necessite de ir entregar algo, basta contactar-nos que é combinado o horário para o receber”.
Quanto ao stock de alimentos foram distribuídos em “cerca de três cabazes” no início de março e distribuídos a “instituições parceiras”. O Diácono explica que o stock foi esgotado no início de forma propositada “para as instituições não voltarem a vir mensalmente como era habitual”, como forma de precaução de contágios. “Foi uma questão de segurança, as instituições em causa têm alimentos da nossa parte para cerca de três meses”.
Relativamente a donativos, as pessoas podem continuar a fazê-lo, “podem contactar-nos pelos meios habituais e recebemos na mesma”.
Bernardino Melgão conta que há pouco tempo receberam um donativo de um agrupamento de escolas e que foram abertas as portas do Banco Alimentar para “descarregar e agora já estamos a proceder à entrega às instituições”. Reforça que “É sempre possível entregar e nós agradecemos, depois faremos chegar àqueles que mais necessitam através de instituições parceiras”.
Neste momento o Banco Alimentar contra a Fome de Évora, que apoia “cerca de 50 instituições”, está a “privilegiar instituições que entregam diretamente a famílias carenciadas” apenas quando há excedente é que são entregues a instituições que “confecionam dentro” da própria instituição.
OS donativos que têm sido recebidos têm dois contextos, explica, “apoios normais que cada um nos faz chegar, mais a nível de empresas e a Rede e Emergência Nacional do Banco Alimentar” onde têm feito chegar alguns nomes de pessoas carenciadas e para conseguir ajudá-las.
Sabe-se que a estão televisiva TVI está a trabalhar para fazer chegar alimentos a estas instituições e sobre isso o Diácono apenas refere que sabe da situação “mas não sei em que molde e que quantidades vêm para aqui”. Sabe também que existe uma “rede que está a funcionar, que não tem parado, coordenada pela nossa federação dos Bancos e que temos feito chegar a cada Banco alguns destes donativos que surgem”.
Sobre os habituais peditórios que o Banco Alimentar realiza à porta de supermercados e que devido à COVID-19 não se têm realizado explica que houve uma grande quebra e que são necessárias estas campanhas “para nos sustentar”. No entanto, está a ser pensada a realização de uma campanha “no final de junho/julho, dependendo da evolução da pandemia”.