(Por Augusta Serrano) – No passado sábado, dia 29 de Julho, o Cante Alentejano foi o centro das atenções em Monsaraz com a “Gala do Cante”.
Subiram ao palco, os grupos corais Ateneu Mourense, Camponeses de Pias, Vozes do Campo Branco de Cascais, Coral da Freguesias de Monsaraz e Manuel Sérgio e José Farinha, e ainda Fábia Rebordão.
Em declarações à Rádio Campanário, o presidente do município reguenguense, José Calixto, diz ser “um dia relevante” e “mais um momento inesquecível” em torno do Cante Alentejano.
Classificado como Património Imaterial da Humanidade, José Calixto refere a “responsabilidade de ele nunca mais de lá sair”, sobre a qual acrescenta que essa responsabilidade promove a criação de momentos como a Gala, que tal como refere o presidente, para “valorizar os nossos cantadores”.
“Neste momento temos dois grupos exclusivamente jovens”, indicou o autarca, acrescentando que existem “projetos mais ligeiros” em torno do Cante, sobre o qual, considera “muito útil para preservar o Cante Alentejano”.
Segundo o presidente do município reguenguense, o Cante Alentejano “é a grande forma de expressão sonora do povo alentejano”, referindo a “obrigação de preservar a nossa memória e a nossa história”.
Jorge Nunes, presidente da Junta de Freguesia de Monsaraz, faz referência à Gala como “o dar seguimento áquilo que já é uma tradição na nossa terra”, proporcionando aos grupos de cantares, “aquilo que eles já vão considerando um dos principais palcos” para o Cante Alentejano.
Já com vários anos de realização, o presidente de Junta refere a “mistura” do Cante com outros géneros musicais, que, no caso deste ano, teve a companhia do Fado.
Jorge Nunes referiu ainda a entrega das Chaves Honra da vila de Monsaraz a “duas figuras centrais”, mencionando que se têm destacado “em áreas diferentes”.
Sobre Luís Rocha, o presidente de Junta diz que é “figura incontornável da nossa cultura”, que “veio para Monsaraz já com um currículo preenchido, mas que, cá soube estimular a comunidade”.
Quanto a José Calixto, refere que enquanto autarca, “teve um olhar muito atento sobre para com a nossa vila”, sublinhando o “desenvolvimento turístico, cultural e patrimonial”.
O ganadeiro Luís Rocha, que durante a Gala, recebeu a Chave de Honra da vila de Monsaraz, disse à RC que para si “significa uma grande alegria”.
“Sempre que possível, estou ao serviço de todos”, acrescentou o homenageado, relembrando que a sua mãe era natural da vila de Monsaraz e que há mais de 40 anos que está na vila alentejana.
Nas suas palavras, afirma que a vida de campo é o que mais gosta, recordou o tempo em que “lançou” o Leite com Chocolate da UCAL e refere, sobre a homenagem que recebeu, “a sensação de amizade”.
Em declarações à Rádio Campanário, a fadista Fábia Rebordão, refere ser “uma honra” amadrinhar o Alentejo Coral Jovem, que decorreu a 28 de Julho.
À semelhança do Fado, o Cante Alentejano tem “gerações e gerações”, e refere ser “indescritível” ouvir de perto, e à semelhança do Fado, “sente-se e faz-se sentir a quem houve”.
Indicando que o Cante Alentejano surge a qualquer hora, até quando menos se espera, referindo que “é com o coração que eles cantam”, acrescentando que os dois géneros musicais Património Imaterial da Humanidade “têm muita coisa em comum”.
Fábia Rebordão começou a cantar com 6 anos, a cantar fado profissionalmente foi aos 15 anos, mencionando que Jorge Fernando “foi o impulsionador para gravar o meu primeiro disco”, sobre o qual, refere o privilégio da sua participação no disco que saiu e em trabalhos futuros.
A fadista diz ainda à RC que o seu último trabalho “trouxe muitas alegrias”, deixando um agradecimento aos que acompanham o seu trabalho, sobre o qual, refere que já está a pensar no próximo disco, referindo que “sairá para o ano”.
Fábia Rebordão diz ainda que o público alentejano é “muito caloroso”, “manifestam-se exatamente como sentem”, agradecendo por ter sido “muito bem recebida e muito acarinhada”.
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