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O “Castelo e Cerca Urbana de Montemor-o-Novo” é um dos maiores de Portugal

O “Castelo e Cerca Urbana de Montemor-o-Novo” é um dos maiores de Portugal, situado na colina mais alta da região, numa verdadeira encruzilhada que lhe conferiu um valor estratégico de primeira ordem na antiguidade. Originalmente, a cerca envolvia a população que se expandia ao longo da encosta norte, deixando a fortificação desabitada e abandonada.

A existência de monumentos megalíticos importantes na área é conhecida, mas uma fortificação romana chamada “Castrum Malianum” é o registro verificável mais primitivo. As rotas romanas com origem em “Scallabis” (Santarém) e “Olisipo” (Lisboa) ligavam-se nesta zona, continuando por Évora até Mérida. Este fato explica o reforço da cidade murada original da cidade, dada a importância estratégica de sua localização.
Contraste-se que no período muçulmano a população foi fortificada, e que o espaço urbano dentro das muralhas foi estruturado, especialmente a área da cidadela.

Nos tempos medievais
A primeira conquista dos muçulmanos foi no reinado de Afonso I, em 1166, mas como outras na região foi retomada pelas forças almóadas de Al-Mansur na ofensiva dos anos 1190-1191. Em 1201, sendo creditado, procedeu imediatamente ao início da reconstrução da fortificação. D. Dinis I, no âmbito do enorme esforço de fortificação da zona, efectuou também intervenções nas paredes, que se repetiram em 1365.

A data da construção do Paço dos Alcaides não é clara, mas certamente foi no século XIV. E ao longo da segunda metade do século XV, as muralhas e o castelo foram renovados.
Na transição do século XV para o século XVI, durante o reinado de D. Manuel I, a vila recebeu frequentes visitas e estadias reais, sendo o Paço dos Alcaides palco de decisões históricas, como a saída do navegador Vasco da Gama para a Índia. , durante as Cortes de 1495.

Em 1499, o soberano ordenou ao conselho que reparasse urgentemente as paredes e cubos. Em 1502 foram concluídas duas paredes, contratadas com o mestre construtor Alfonso Mendes de Oliveira, a construção da Casa da Guarda, destinada a reforçar a segurança da Porta da Vila, a entrada principal do castelo e o coroamento da Torre do Relógio. É também esta época ou o início da construção do Convento da Saudação, juntamente com os murais.

Em 1527, segundo o “Numeramento” ordenado por João III, Montemor-o-Novo contabilizou 899 fogos. Posteriormente, no reinado de Sebastião I, concedeu a Montemor-o-Novo o título de “Vila Notável” (1563), considerando que se tratava de “um local antigo com grande população, rodeado e enobrecido por igrejas, templos, mosteiros e muitos outros edifícios e casas nobres ”. Os edifícios mais notáveis ​​da vila datam deste período, como a Misericórdia, os conventos de Saudação, São Francisco e Santo António, a Ermida de Nossa Senhora da Visitação ou o Hospital Velho.

Da guerra da restauração ao abandono
Embora durante a guerra de restauração (1640-1668) as muralhas da cidade tenham sido renovadas e reparadas, a verdade é que a partir do século XVI aumentou a tendência da população em abandonar o recinto fortificado e instalar-se nos bairros localizados a norte. Só no século XVIII a Câmara Municipal e outros prédios da administração local também foram deslocados. No auge do terramoto de 1744, o espaço intramuros encontrava-se semi-abandonado e o Paço dos Alcaides era habitado apenas por duas pessoas.

Apesar disso, em 1808 a guarnição da antiga fortificação, já muito deteriorada, resistiu às tropas napoleônicas sob o comando do general Louis Henri Loison.

Ao longo do século 20, várias intervenções episódicas foram tentadas com sucesso irregular, enquanto os deslizamentos de terra que ocorreram nas paredes continuaram. Em 1951 o complexo foi classificado como Monumento Nacional

Actualmente existe um “Centro Interpretativo do Castelo de Montemor-o-Novo” instalado na antiga igreja de São Tiago, que apresenta um interessante panorama da história e evolução de Montemor, desde a antiguidade.

Breve descrição dos elementos restantes da fortificação
A “cerca urbana” tem uma forma aproximadamente triangular e irregular, encimada por ameias piramidais ou retangulares e uma barbacã do século XIV. As seções de parede mais bem preservadas são as voltadas para o norte, protegidas por doze torres semicirculares. No trecho sudoeste a parede é interrompida, tendo desaparecido completamente no flanco sul.

Fonte: Mis Castillos

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