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“O Centro Interpretativo do Vinho de Talha na Vidigueira é uma alavanca para as adegas e para uma tradição única de dois mil anos” diz Pres. CM (c/som e fotos)

Foto: DN

O Centro Interpretativo do Vinho de Talha (CIVT) abriu esta quarta-feira, dia 11 de novembro, ao público, em Vila de Frades, concelho de Vidigueira, para preservar o património associado à tradição milenar de saber-fazer e para promover o produto.

A RC esteve no local e falou com o presidente da Câmara Municipal, Rui Raposo, que é a entidade promotora do projeto.

Ontem foi Dia de São Martinho, um dia importante para a Vidigueira, pois é o dia de Abertura das Talhas. Sobre a importância deste dia para o concelho, o autarca refere que “Vidigueira no fundo é vinho”.

O vinho “tem sido um dos pilares da economia local”, sendo que no concelho existem “14 adegas produtoras de vinho tecnológico” e na freguesia de Vila de Frades são mais de 60 os produtores de Vinho de Talha. O município tem trabalhado de forma exaustiva “na promoção e divulgação” dos vinhos “da sua excelência, de terroir dos vinhos e também esta tradição única de dois mil anos que é o Vinho de Talha” e agora a “promoção da inauguração do Centro Interpretativo do Vinho da Talha, tudo em torno daquilo que são as nossas raízes e as nossas tradições”.

Sobre o CIVT, o autarca refere que é o que “quisemos mostrar a quem nos visita e que nunca ouviu falar de Vinho da Talha” e possa “perceber exatamente o que é o Vinho da Talha”.

O CIVT, que implicou um investimento de 600 mil euros, financiado por fundos comunitários e verbas do município, será “uma alavanca para todas as nossas adegas”.

“É o dar um primeiro conhecimento, desde o território, à herança romana que temos, à ligação que faz o Vinho da Talha e depois todo o processo de Vinho da Talha. Qualquer pessoa que passe no Centro Interpretativo vem já preparada com alguma informação e a partir daí potenciar, ou seja, levar os nossos visitantes às nossas adegas para depois provarem o vinho, para saberem mais um bocadinho a história, perceberem a identidade de cada uma, perceberem o que é aquele gesto e aquele romance com as talhas para saberem como tudo funciona”, explica o edil.

Sobre a aposta do município na promoção do território através dos seus produtos, como é o caso do Vinho da Talha, afirma: “estamos muito focados, mas queremos alargar toda essa divulgação do território”. O autarca enaltece que o território é “mais” que o Vinho de Talha, é “a gastronomia, o Cante, temos uma paisagem natural com todas as margens do Rio Guadiana que também é fantástico”, estando o município a trabalhar num leque “único do enoturismo onde podemos promover tudo isso e fazer com que os nossos visitantes fiquem várias noites”.

Relativamente à candidatura do Vinho da Talha a Património Imaterial da UNESCO, explica que “há três anos” que se está a “constituir o dossier de toda a informação para entregar a Património Cultural e Imaterial, porque está aqui toda a técnica da produção de Vinho de Talha”. Segundo Rui Raposo o objetivo desta candidatura “é preservar a técnica com estes dois mil anos” e depois da apresentação do dossier é “aguardar que ele seja reconhecido pela UNESCO”, para depois se poder “certificar em todo o outro trabalho que também vamos desenvolvendo e fazendo para que haja essa certificação e esse reconhecimento de uma região protegida, única e com um produto de excelência”.

Para o autarca “esta persistência e insistência daquilo que é este produto do Vinho da Talha, faz com que nos vamos lançando enquanto líderes de todo este produto, da candidatura, das estratégias que promovemos para o concelho, acho que faz tudo parte dessa vontade de sermos reconhecidos”, frisa.

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