O eurodeputado Carlos Zorrinho no seu comentário desta terça-feira, dia 7 de junho, falou sobre o Congresso do Partido Socialista (PS), o possível apoio de António Costa a Rui Moreira e o facto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) poder vir a custar mais aos contribuintes do que o BPN e o BANIF juntos.
Carlos Zorrinho, sobre o Congresso do PS, fez um balanço muito positivo, “porque foi um debate ideológico, um debate pelo posicionamento do Partido na sociedade portuguesa e do Partido em relação à Europa. Foi muito importante que tivesse surgido algumas vozes discordantes (…) que foram ouvidas com muita atenção pelo Congresso e permitiram uma resposta dada pelo Secretário-Geral António Costa, no discurso final, muito clara e elucidativa, nomeadamente sobre questões de inserção do PS enquanto Partido europeísta, que para cumprir o seu plano e as suas prioridades tem que se debater por uma Europa diferente e é isso que nós fazemos, não é estar fora do jogo, é estar dentro do jogo a lutar para que o jogo nos seja favorável”.
Instado sobre as propostas apresentadas no Congresso, refere, “para mim a geringonça, como se costuma designar (…) deve crescer e não pode ficar amarrada apenas à coligação base e parlamentar, tem que se alargar a vários parceiros económicos, sociais, aos portugueses e ter uma grande capacidade de ser flexível porque hoje não se podem fazer planos a quatro ou cinco anos com medidas muito detalhadas porque as circunstancias mudam muito depressa e é preciso explicar aos portugueses aquilo que se faz e porque é que se faz (…)”.
Sobre o possível apoio de António Costa a Rui Moreira, Carlos Zorrinho expressa que “o PS é um partido muito grande para ser unanime (…) parece-me que o Rui Moreira está a fazer um bom trabalho no Porto, o PS está muito envolvido nessa questão, da mesma maneira que nós em muitos pontos do país, apoiamos as nossas listas de independentes e acho que uma vez mais, vamos ter que o fazer (…) porque é que num caso ou outro, não pode também o PS a integrar movimentos, se esses movimentos estão a desenvolver um trabalho que é meritório para as populações, é uma questão interessante (…)”.
Sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, em que pode vir a custar aos contribuintes mais do que o BPN e o BANIF juntos, o eurodeputado diz que “há aqui uma questão fundamental, quando a CGD for recapitalizada, se for como um banco público, como eu defendo que deve ser, pode custar dinheiro aos contribuintes, mas os contribuintes estão a pôr dinheiro naquilo que é seu, o que desde logo é completamente diferente daquilo que infelizmente aconteceu no caso do BPN, do BES e no BANIF, os contribuintes foram chamados a pagar aquilo que outros gastaram (…)”.